Forças de segurança do estado do Rio de Janeiro fizeram hoje (15) na região do Médio Paraíba, no sul fluminense, uma megaoperação, denominada Águas Limpas contra grandes empresas que despejam resíduos industriais a céu aberto no Rio Paraíba do Sul, que corta os municípios de Volta Redonda, Barra do Piraí e Porto Real.
Quatro empresas de grande porte foram autuadas e cinco pessoas presas em flagrante, entre diretores, gerentes e funcionários. Todos foram encaminhados para a Delegacia de Proteção do Meio Ambiente a fim de prestar esclarecimentos.
As empresas autuadas são BR Metais Fundições, de Barra do Piraí, Votorantim Cimentos, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Companhia Distribuição Fluminense, de Volta Redonda.
A CSN esclareceu, por meio de sua assessoria de imprensa, “que realizou mera obra civil de terraplanagem no terreno ao lado da fábrica da Coca-Cola, em Porto Real, com licenciamento e conhecimento dos poderes públicos municipal e estadual”.
Segundo o chefe da Delegacia do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico da Polícia Federal, Fábio Scliar, os responsáveis responderão pelos crimes de poluição e armazenamento de resíduos químicos em áreas não permitidas. Segundo ele, a pena pode chegar a 14 anos de prisão.
De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a secretaria resolveu priorizar a questão do lixo industrial produzido por grandes empresas no Rio de Janeiro. Segundo ele, não será mais tolerada qualquer irregularidade, e as empresas que desrespeitarem o meio ambiente receberão multas rigorosas.
“A Secretaria do Ambiente resolveu priorizar a questão do lixo industrial. Em uma reunião conjunta com a polícia foi organizada a operação. O recado que a gente quer dar é o seguinte: poluidores tratem dos seus resíduos, não contaminem nossos rios, pois a partir de agora nós vamos a aplicar multas severas”, disse.
Segundo Minc, a multa que será aplicada a essas empresas será definida na próxima semana pelo conselho diretor do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). “A multa varia de acordo com a aquisição da empresa. Ela pode chagar a R$ 50 milhões, valor máximo permitido”, completou.
Minc disse ainda que mais de 500 mil toneladas de resíduos vinham sendo despejadas no Rio Paraíba do Sul, e que todas as empresas visitadas não estavam cumprindo as normas estabelecidas pelo Inea. “O trabalho de inteligência vem sendo feito há algum tempo. Essas empresas já vinham sendo notificadas há muito tempo”, destacou.
(Agência Brasil, 15/02/2012)