(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
amianto eternit mesotelioma
2012-02-15 | Rodrigo

Nesta segunda-feira (13), em Turim, na Itália, os donos da Eternit, fabricante de telhas, caixas d’água e outros produtos à base de amianto, foram condenados a 16 anos de prisão pelas mortes de cerca de 3 mil pessoas, entre trabalhadores e população do entorno da fábrica, em razão da contaminação por exposição ao mineral altamente tóxico.

A Confederazione Generale Italiana del Lavoro (CGIL), parceira histórica da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e o Istituto Nazionale Confederale di Assistenza (INCA-CGIL) tiveram um papel preponderante na realização deste julgamento, que contou também com o apoio de outras centrais em todo o mundo.

Este julgamento é histórico e demarca um novo impulso nas lutas pelo banimento do amianto em todo o mundo, em especial no Brasil, que está entre os poucos países que ainda extraem e manufaturam esta fibra cancerígena que já matou e continua matando milhões de pessoas. Demarca também uma referência sem precedentes em outras lutas pela saúde dos trabalhadores.

O amianto já foi banido em 52 países. O fato de o Brasil estar entre os maiores produtores mundiais, juntamente com o Canadá, Rússia e China em um mercado altamente lucrativo está entre os argumentos que explicam a resistência ao banimento.

No caso do Brasil o consumo interno, em especial no uso doméstico na construção civil, é o principal mercado. Já o caso do Canadá, por exemplo, o destino é a exportação, posto que o uso do amianto no mercado interno está proibido.

Frente aos projetos de lei pelo banimento em tramitação do Congresso Nacional e à pressão da sociedade, a indústria do amianto brasileira faz um pesado lobby pelo uso controlado do amianto, sob o argumento controverso de que a produção segue padrões de segurança. Este foi inclusive o argumento usado pela Eternit do Brasil em nota divulgada ontem pelo Jornal Nacional.

Reconhecidamente responsável pela asbestose (enrijecimento do tecido pulmonar causado pela deposição das fibras do asbestos – amianto -  nos alvéolos pulmonares); câncer de pulmão (em sua maioria associado à asbestose); câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário; e mesotelioma, forma rara de tumor maligno que atinge mais comumente  a pleura, membrana serosa que reveste o pulmão, mas também outras partes do organismo, além de outras doenças malignas e não malignas.

De acordo o Instituto Nacional do Câncer, o mesotelioma está se tornando o tipo de câncer mais comum no país em decorrência no amianto, porque agora passa a eclodir as repercussões de mais 30 anos de utilização do amianto em escala industrial, período considerado de latência para o aparecimento da doença.

A contaminação ocorre, sobretudo, através da inalação e a principal forma de exposição e contaminação é a ocupacional, atingindo trabalhadores da mineração, que extraem e processam as fibras e de setores que utilizam produtos manufaturados, em especial trabalhadores da siderurgia e da construção civil, onde a fibra é largamente utilizada na fabricação de telhas, caixas d’água, materiais de vedação, etc.

Também se verifica exposição ambiental, da população do entorno fábricas, minerações, em decorrência de solo e ar contaminado pelo amianto; locais onde haja produtos de amianto degradados etc.

Considerando que não há limites de tolerância seguros para substâncias cancerígenas, a CUT defende o banimento, bandeira histórica que retornou com força na agenda da Central em 2010, nas mobilizações de apoio à iniciativa italiana promovidas pela Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) e outras entidades, e que agora será revigorada frente a esta importante vitória.

(CUT / IHU On-Line, 14/02/2012)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -