Avanço da agricultura reduziria capacidade de estoque de carbono no solo. Relatório das Nações Unidas sobre o tema foi divulgado nesta segunda
O aquecimento global ficará pior à medida que a agricultura acelerar a taxa de erosão do solo, reduzindo a quantidade de carbono que o solo é capaz de armazenar, informou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta segunda-feira (13).
O solo contém quantidades enormes de carbono na forma de matéria orgânica, que fornece os nutrientes para o crescimento das plantas e melhora a fertilidade da terra e o movimento da água.
A faixa mais superficial do solo armazena sozinha cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono -- três vezes mais que o nível atualmente contido na atmosfera, informou o Livro do Ano 2012 do Pnuma. "O carbono do solo é facilmente perdido, mas difícil de ser reposto", diz o relatório.
Uso da terra
Ainda segundo o documento, os estoques de carbono no solo são altamente vulneráveis às atividades humanas. Eles diminuem de forma significativa (e em geral rapidamente) em resposta às mudanças na cobertura do solo e no uso da terra, tais como desmatamento, desenvolvimento urbano e o aumento das culturas, e como resultado de práticas agrícolas e florestais insustentáveis.
Tais atividades podem decompor a matéria orgânica. Quando isso ocorre, parte do carbono é convertido em dióxido de carbono -- gás do efeito estufa que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global - e ele é perdido do solo.
Cerca de 24% das terras do planeta já sofreram declínio na saúde e na produtividade ao longo dos últimos 25 anos em razão do uso insustentável do solo, disse o Pnuma.
Desde o século 19, aproximadamente 60% do carbono armazenado nos solos e na vegetação foi perdido como resultado das mudanças no uso da terra, tais como limpar a terra para a agricultura e para as cidades.
À medida que a demanda global por alimentos, água e energia aumente drasticamente, como se prevê, o solo ficará sob uma pressão cada vez maior.
(Reuters / G1, 13/02/2012)