A mais intensa tempestade solar, desde 2005, está fazendo com que grande quantidade de partículas carregadas de carga elétrica chegue a Terra esta semana. A NOAA – Agência Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA e a Nasa alertam para possíveis danos a aparelhos eletrônicos, dificultando a comunicação em voos realizados próximos aos polos terrestres, e interferência em satélites que orbitam o planeta. Essas tempestades são classificadas em três níveis, que vão do mais fraco, classe C, moderado, classe M, ao mais forte, classe X. O fenômeno atual está perto no limite das mais intensas com classificação M8.7.
Aa cientista Thaisa Storchi Bergmann, Chefe do Grupo de Pesquisa em Astrofísica da UFRGS explica que o evento é parte do ciclo de 11 anos do Sol. A quantidade de radiação e de partículas no vento solar varia menos de 0.1%, mesmo assim isso é perceptível. “Estamos na época do máximo solar, portanto, vários flares e tempestades solares estão ocorrendo, o que acarreta um aumento no vento solar, que são as partículas que vem da estrela e que são responsáveis por eventuais danos a aparelhos e satélites e também pelas auroras polares”, explica a pesquisadora.
Outra mudança decorrente do aumento de atividade solar, informa o site Departamento de Física da UFRGS, é o aumento da quantidade de manchas na superfície do astro. Durante o ciclo de 11 anos, o número de manchas varia entre máximos e mínimos, constatação feita em 1843 pelo astrônomo amador alemão Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875). “Ocorre um máximo solar a cada ciclo, no entanto esse máximo dura bastante, ou seja, não é só num dia de tempestade, mas sim vários dias, meses, e até mesmo anos”, explica Thaisa.
Até o momento, não foram constatados maiores problemas com sistemas de comunicação eletrônicos ou satélites, mas por precaução rotas de voos próximas ao Pólo Norte foram alteradas.
O fenômeno gerou uma memorável aurora boreal, registrada em Tromso, Noruega, pelo NIPR – Instituto Nacional de Pesquisa Polar. Desde domingo, a aurora tem sido um show no céu das mais altas latitudes do planeta, resultado do encontro dessas partículas carregadas com o campo magnético e a atmosfera terrestre, que as defletem e absorvem. Veja imagens da câmera do NIPR.
(Por Flávia Moraes, O Eco, 25/01/2012)