(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
código florestal mídia e sustentabilidade política ambiental brasil
2012-01-03 | Mariano

Um balanço de final de ano no Brasil indica que 2011 foi o ano das retrorreformas. O maior exemplo de retrocesso foi a reforma do Código Florestal, que consolidou a marcha batida do Agronegócio sobre o Executivo e o Legislativo. O único órgão público que pode conter o impeto desflorestador é o Ministério Público. Os meios de comunicação refletem mais a posição do Agronegócio do que o da sociedade em geral. Nesse aspecto, temos uma vitória de Kátia Abreu, senadora pelo Tocantins e presidente da Confederação Nacional da Agricultura. 

Também não há como negar que, além do Código Florestal, o ano que passou foi marcado por reformas prometidas e não cumpridas; iniciadas e não concluídas; ensaiadas e paralisadas; discutidas e não levadas adiante. De todas as reformas brasileiras, a única que segue avançando – a passos lentos – é a reforma da estrutura educacional, que se efetiva sem incluir o esporte, entregue a empresários, oportunistas e pelegos profissionais.

A agrária, a mais antiga de todas as reformas, entrou em hibernação no governo Dilma, que apenas em dezembro anunciou a disposição de dar assistência técnica aos posseiros assentados em áreas desapropriadas. Ou, seja, levou-se quase um ano para se concluir o que todo mundo sabe desde o fracasso das colônias agrícolas de Getulio Vargas nos anos 1940: não basta distribuir terra, é preciso investir contínua e sistematicamente em infraestrutura, insumos e assistência ao colono.

A mais discutida e emperrada é a reforma da propriedade dos meios de comunicação social. Criticado por ser confundido com “censura/controle” da mídia, o projeto elaborado no final do governo Lula visa democratizar a posse dos veículos de difusão da informação, item essencial à sobrevivência da liberdade de expressão. O objetivo central do governo é o desmanche do cartel formado por meia dúzia de famílias (Civita, Frias, Marinho, Mesquita, Sarney e Sirotsky) que controlam centenas de veículos por meio da posse cruzada de jornais, revistas e de concessões de rádio e TV.

Numa intervenção no seminário sobre o controle dos meios de comunicação social em Porto Alegre, em novembro, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e ex-prefeita de São Paulo disse que a democratização dos meios de comunicação é mais importante do que a reforma agrária. Ou, melhor, que o país só avançará na reforma agrária e em todas as demais reformas (política, tributária etc.) se aumentar a democratização dos meios de comunicação, “com a compreensão do povo sobre a importância do acesso à informação”. Matéria-prima central do processo político, a informação só rola eficientemente se a comunicação for livre, sem manipulação.

De manipulação a mídia brasileira está cheia. No livro Crimes de Imprensa, lançado há dois meses numa banca de jornais de São Paulo, o jornalista Palmério Dória analisa e comenta episódios das eleições de 2010. É seu parceiro na empreitada o jornalista Mylton Severiano. O livro não é divulgado na imprensa convencional pelas mesmas razões que explicam o silêncio da mídia em torno do livro Privataria Tucana, em que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. recupera o tema das propinas das privatizações dos anos 1990 no Brasil. O sucesso desses e de outros livros – como Onde a Corrupção Veste Toga, de Rogério Medeiros e Stenka Callado, sobre escândalos no Judiciário capixaba – indica que a população brasileira apreciaria a efetivação da reforma da mídia. 

É ocioso falar das reformas tributária e político-eleitoral. Ambas recheiam mil discursos políticos, mas faltam as iniciativas que as transformarão em projetos concretos.

LEMBRETE DE OCASIÃO
“Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar.”
João Guimarães Rosa, pag 31, Noites do Sertão, Record/Altaya, 1988

(Por Geraldo Hasse, Século Diário, 29/12/2011)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -