A Vale tem hoje uma carteira de 37 projetos de investimento com entraves devido a dificuldades de licenciamento ambiental. Desses projetos, a soma dos investimentos previstos em apenas seis atinge US$ 25,7 bilhões. O Carajás Serra Sul, para produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, lidera a lista com aplicações previstas de US$ 8 bilhões.
Não menos importante é a obra para elevar em 150 milhões de toneladas a capacidade da Estrada de Ferro Carajás e de embarque do porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA) - são mais US$ 3,4 bilhões. Em Minas Gerais, o projeto Apolo, também de ferro, está preliminarmente orçado em US$ 2 bilhões.
Para Vania Samovilla, diretora executiva de recursos humanos, saúde, segurança, sustentabilidade e energia, o grande desafio em 2012 é avançar na concessão do licenciamento para tirar do papel esses planos que somam várias dezenas de bilhões de dólares.
Em entrevista ao Valor, Vania Samovilla apontou o risco ambiental como o maior obstáculo à execução dos projetos de mineração da companhia. Ao tentar equacionar os problemas, ela descobriu que a maioria das pendências era interna, e não externa.
Assim, adotou uma série de providências, como integrar as equipes da área ambiental com a de desenvolvimento de projetos e buscar maior interação com as agências ambientais.
Também montou equipe de assessoramento de especialistas altamente qualificados, consultores que ajudam a Vale a aprofundar a discussão estratégica da sustentabilidade.
O "pulo do gato" nessa reestruturação foi a criação do comitê executivo de licenciamento ambiental para tornar mais ágeis as decisões internas na área. "Uma das funções do Comitê é a de acompanhar os processos para que as decisões sejam tomadas mais rapidamente e não fiquem na gaveta", informou.
No momento o comitê se concentra em dois projetos gigantes de mineração de ferro da Vale no Brasil - o S11, ao sul da província mineral de Carajás, e o projeto Apolo, em Minas Gerais.
(Por Vera Saavedra Durão, Valor Econômico / Intelog, 27/12/2011)