Com expectativa de que o crescimento do setor deve ser maior na América Latina do que nos EUA, região ganhou nova importância para a companhia e também para as concorrentes
As grandes fazendas do Brasil e da Argentina tornaram-se o foco da Monsanto Co., uma vez que a empresa de agribusiness busca manter sua liderança de mercado na área de sementes transgênicas na América Latina.
Diante da expectativa de que o crescimento do setor de sementes geneticamente modificadas da Monsanto fora dos EUA deve superar o mercado doméstico pela primeira vez durante a próxima temporada, a América Latina ganhou nova importância para a Monsanto e suas rivais, incluindo DuPont Co. e Syngenta AG.
"O próximo lugar em que esperamos uma aceleração em 2012 é a América Latina...em particular, esperamos que as maiores oportunidades em milho no Brasil e na Argentina sejam uma das maiores fontes de novo crescimento nos próximos anos", disse o diretor executivo da Monsanto, Hugh Grant, em uma teleconferência em 7 de dezembro.
De acordo com Don Carson, analista do Susquehanna Financial Group LLLP, "a boa posição da Monsanto no mercado de biotecnologia da América do Sul permite à empresa um forte crescimento nos lucros."
Enquanto os EUA têm uma quantidade limitada de terras agricultáveis, ainda há terras disponíveis para expandir a produção no Brasil e na Argentina. Além disso, as sementes transgênicas ganharam mais espaço nesses países devido aos seus benefícios, incluindo a resistência a pragas e a herbicidas.
A Monsanto detém mais de 40% do mercado de sementes transgênicas no Brasil e mais da metade na Argentina. No ano passado, as vendas da empresa para a Argentina totalizaram pouco mais de US$ 600 milhões entre os US$ 10,5 bilhões de vendas globais da Monsanto.
"Na América do Sul, a Monsanto poderá alavancar os avanços tecnológicos que já conseguiu nos Estados Unidos para melhorar a margem da empresa", disse Carson. Uma porta-voz da Monsanto explicou que a empresa vai discutir seus planos para a América Latona em sua reunião anual em 5 de janeiro.
(Por Camila Moreira, Agência Estado, 22/12/2011)