Resultados de estudo serão publicados de forma parcial para evitar que sejam usados em armas biológicas
Cientistas do Centro Médico Universitário Erasmo de Rotterdam aceitaram publicar de forma parcial os resultados da pesquisa sobre a gripe aviária, censurada pelos Estados Unidos por medo de que seja usada para elaborar armas biológicas.
"Os pesquisadores de Rotterdam têm dúvidas sobre a recomendação do conselho assessor para a biossegurança dos Estados Unidos, mas a respeitarão", assinalou o instituto.
O órgão americano recomendou que a revista "Science" não publique a metodologia usada pelos virologistas holandeses, porque poderia chegar a mãos terroristas e ser usada para fabricar armas biológicas.
Dirigida pelo virologista holandês Ron Fouchier, a pesquisa descobriu cinco mutações genéticas que o vírus H5N1 pode sofrer para contaminar as pessoas, o que poderia ter altos riscos para a saúde pública.
O objetivo do estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, era obter a informação necessária para evitar uma possível pandemia originada por essa variação da gripe, que antes só era transmitida entre aves ou entre animais e pessoas.
Fouchier declarou que agora sabem quais as mutações que devem ser analisadas em caso de surto, para poder evitá-lo.
Os resultados da pesquisa podem ser uma arma de dois gumes porque de um lado estabelecem as bases para elaborar novos remédios e vacinas, mas de outro fornecem informação necessária para criar um vírus letal.
Ao censurar a metodologia, os especialistas querem evitar a publicidade sobre como chegar a essa perigosa mutação.
(EFE / Estadao.com.br, 21/12/2011)