Na primeira semana de dezembro, a Solairedirect, segunda maior empresa de energia solar da França, ganhou um leilão para um projeto de cinco megawatts (MW), pelo qual vai vender a unidade de quilowatt-hora (kWh) a 7,49 Rs (US$ 0,14). O preço foi o mais baixo oferecido no leilão, e é inferior ao valor da eletricidade gerada pelo diesel, que é vendida a 13 Rs (US$ 0,25) por kWh.
“Fabricantes estão dispostos a oferecer descontos porque as coisas estão muito competitivas agora. Os custos estão baixando e isso está realmente refletido nessas ofertas”, observou Mohit Anand, da consultoria em energia Bridge to India.
Muitos analistas já estavam céticos quanto ao preço de 10,95 Rs (US$ 0,21) por unidade oferecido no ano passado, e argumentam que projetos com os atuais preços podem não sair do papel.
Além disso, acrescentam que as questões de disponibilidade de terra, módulos fabricados localmente e problemas tecnológicos serão obstáculos para estabelecer o valor estipulado. Outros ainda questionam a lógica de preço da Solairedirect.
No entanto, o valor estipulado pela Solairedirect não é um fato isolado. Outras ofertas variaram entre Rs 8,00 (US$ 0,15) e RS 8,28 (US$ 0,16).
“A Solairedirect está orgulhosa de estar estabelecendo essa referência de preço e estar tornando a energia solar uma fonte muito competitiva e importante no mix de energia do país”, comentou Gaurav Sood, diretor de gestão da Solairedirect Índia.
O leilão ganho pela Solairedirect foi o segundo sob o programa indiano Missão Solar, que visa tornar o país um dos maiores mercados solares do mundo, instalando 20GW de capacidade até 2022.
A última rodada do programa concedeu 350 MW de capacidade, o que exigirá cerca de US$ 700 milhões em investimentos, calculou Bharat Bhushan, analista da Bloomberg New Energy Finance. De acordo com o governo, os ganhadores terão sete meses para conseguir financiamento e 13 meses para completar as usinas.
(Por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil, 14/12/2011)