Postura do país, tradicional defensor do meio ambiente, mudou desde a chegada dos conservadores ao poder
O Canadá anunciou nesta segunda-feira (12/12) que vai abandonar o protocolo de Quioto, poucas horas depois da conclusão da cúpula sobre a mudança climática de Durban. A razão alegada pelo país norte-americano é que ele não tem intenção de pagar as multas relacionadas ao descumprimento da redução de emissões poluentes.
O ministro do Meio Ambiente do Canadá, Peter Kent, disse em entrevista coletiva que Quioto não funciona. "Quioto é o passado para o Canadá. Invocamos o direito legal para nos retirar", declarou.
Kent, que qualificou de "radical" o tratado que o Canadá assinou em 1997, acrescentou que, para cumprir com seus compromissos com Quioto, o país deveria retirar nos próximos 12 meses "todo tipo de veículo" de suas estradas ou eliminar a calefação em todos os edifícios do país.
O ministro canadense afirmou que a alternativa a estas ações "irresponsáveis" seria "a transferência de 14 bilhões de dólares dos contribuintes canadenses para outros países".
Kent também disse que o Canadá só está interessado em um pacto de redução de emissões se "todos os principais emissores" estiverem incluídos.
Desde que, em 2006, o governo do Partido Conservador do primeiro-ministro Stephen Harper chegou ao poder, o Canadá expressou sua falta de interesse em cumprir o Protocolo de Quioto, especialmente para não afetar o desenvolvimento das jazidas petrolíferas da província de Alberta.
O setor considera que as jazidas de areias betuminosas constituem as segundas maiores reservas de petróleo do mundo, depois das da Arábia Saudita, e o governo de Harper expressou a vontade de acelerar sua exploração.
(EFE / Opera Mundi, 13/12/2011)