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desastre de fukushima terremotos tsunamis
2011-12-09 | Rodrigo

Terremoto ou tsunami? Cresce a polêmica no Japão sobre o que teria causado o acidente da usina nuclear de Fukushima. As pistas da investigação conduzida por uma comissão governamental (cujos resultados são esperados para o dia 26 de dezembro) começam a vazar e colocar em situação difícil as afirmações da Tepco, operadora da usina: em seu relatório sobre a origem da crise, revelado na última sexta-feira (2), a companhia elétrica atribui a causa direta da tragédia ao tsunami de 13 metros que se abateu sobre a instalação no dia 11 de março.

A onda teria "causado a perda simultânea de múltiplas operações de segurança" e impedido o bom funcionamento das operações de resfriamento dos reatores.

Essa explicação está longe de ser convincente. Para Hitoshi Yoshioka, da Universidade de Kyushu, um dos membros da comissão governamental, esses argumentos não são "nada além de uma hipótese".

Em seu relatório, a comissão afirmaria que o terremoto teria provocado grandes danos no nível da tubulação, e isso antes da chegada do tsunami. "Mesmo que a proteção contra os tsunamis estivesse à altura, nada prova que não teria havido problema", afirmou Yoshioka à revista "Aera". Essa teoria seria adotada por uma maioria dos 12 membros da comissão.

Ela é semelhante à de Mitsuhiko Tanaka, engenheiro que participou da concepção do reator número 4 de Fukushima. Em um artigo publicado em setembro na revista "Kagaku", ele critica a simulação do acidente realizada por computador no dia 15 de maio pela Tepco, e cujas conclusões foram usadas no relatório entregue pelo governo à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Os horários mencionados pela Tepco sobre as mudanças de níveis de água e de pressão diferem daqueles indicados no momento em que ocorreu o acidente. Segundo Tanaka, que entre outras coisas se baseia nas observações dos técnicos, os horários verdadeiros levam a pensar que a tubulação estava muito danificada antes do tsunami. As capacidades de resfriamento poderiam ter sido então perdidas, antes mesmo da chegada da onda.

Produtos comprometidos
Essa hipótese já foi mencionada pelo sismólogo Katsuhiko Ishibashi, que em 1997 elaborou o conceito de "Genpatsu-Shinsai" – um poderoso terremoto seguido de um acidente nuclear. "O tremor de terra, e talvez um fenômeno de liquefação podem ter causado danos diretos às estruturas e às canalizações", ele já afirmava ao "Le Monde" em abril.

À Tepco interessa que a teoria do terremoto não seja aceita como a causa do acidente. Senão, as normas antissísmicas serão revisadas e a empresa, assim como outras companhias de eletricidade, deverá rever a concepção de suas instalações. E isso atrasaria em vários anos a reativação dos reatores que se encontram parados e implicaria pesados custos.

Atualmente, somente 9 dos 54 reatores japoneses estão  em funcionamento. Todos devem passar nos testes de resistência exigidos por Tóquio antes de serem reativados. Mas esse procedimento de alguns meses também é criticado. Hiromitsu Ino, da Universidade de Tóquio, considera um erro associar a reativação dos reatores aos testes de resistência: "O acidente de Fukushima evidenciou as falhas nas inspeções de segurança das instalações". Para ele, os testes são inúteis se esses procedimentos não forem revistos.

Esses debates estão ocorrendo agora que a gigante do setor agroalimentar Meiji anunciou, na última terça-feira (6), a descoberta de césio no leite em pó para bebês. Os níveis continuam abaixo do limite de 200 becqueréis por quilo, estabelecido pelo governo, mas a empresa decidiu substituir os produtos comprometidos.

No mesmo dia, a Tepco voltou atrás no anúncio do dia 4 de dezembro sobre um novo vazamento de água contaminada, sobretudo por estrôncio, no oceano. A empresa explicou que 150 litros de água –e não 45, como anunciado inicialmente– haviam escorrido para dentro do Pacífico. Os pescadores da província de Fukushima protestaram. Mas, segundo a Tepco, em razão de sua diluição no oceano, o vazamento não seria uma ameaça à saúde.

(Por Philippe Mesmer, com tradução de Lana Lim, Le Monde / UOL, 08/12/2011)


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