Projeção foi feita com base na trajetória de queda da taxa de desmatamento e depende da aprovação de um novo Código Florestal com regras que levem à recuperação de áreas desmatadas. Polêmico, Código deve ser votado no plenário do Senado nesta terça (6). 'Teremos que plantar muito nesse país', diz ministra do Meio Ambiente
A combinação de “taxas de desmatamento em queda” e “adoção, no novo Código Florestal, de regras de reflorestamento de áreas destruídas” deve levar a Amazônia a absorver, com suas árvores, mais gases poluentes do que emite com a queimada delas, a partir de 2015.
É o que calcula o governo, com base no atual ritmo de corte de árvores e da constatação de 21% das áreas destruídas voltam a ter floresta. “Podemos transformar a Amazônia numa grande região de sequestro de carbono”, disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
O novo Código Florestal, de cuja aprovação com mecanismos pró-reflorestamento a estimativa do governo depende, deve ser votado pelo plenário do Senado nesta terça-feira (6).
O projeto recebe muitas críticas de ambientalistas porque teria benefícios demais para o agronegócio e de menos para o meio ambiente. O texto que esta pronto para ser votado pelos senadores não prevê, por exemplo, multas para desmatador.
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, porém, o projeto é mais amplo do que sugere a polêmica em torno de um ponto específico.
Segundo ela, mais importante do que recolher multa é recuperar o que foi destruído, o que o projeto faria, ao condicionar a não cobrança à obrigatoriedade de o produtor rural a recuperar parte do que destruiu e se comprometer a andar na linha daqui para a frente.
“Todo mundo vai ter que se regularizar, e o novo Código tem mecanismos para isso”, disse Izabella, “sei que terei mais trabalho. Teremos que plantar muito nesse país.”
A ministra apontou ainda a preservação, no projeto, das áreas de proteção permanente (APPs) e de reserva legal, algo que já existe hoje e só no Brasil, como uma vitória a ser comemorada.
(Por André Barrocal, Carta Maior, 05/12/2011)