(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
chevron-texaco gás tóxico exploração de petróleo
2011-12-02 | Rodrigo

Agência Nacional do Petróleo suspende operação de poço após constatar que petroleira não informou sobre gás sulfídrico. Substância, com odor forte, é 'veneno', segundo diretora da agência; Chevron diz respeitar decisão

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) suspendeu a produção de um dos 11 poços de produção e de outros quatro poços injetores de água da Chevron no Campo de Frade após constatar que a empresa não havia informado a respeito da presença de gás sulfídrico (H2S) na plataforma de produção de Frade, na bacia de Campos.

O gás, usado na produção de enxofre, vem com o gás natural associado ao petróleo no processo de produção e é altamente tóxico. Tem odor muito forte, semelhante ao de um ovo podre. O poço fica no mesmo campo daquele em que houve vazamento de petróleo em novembro e que ainda estava em fase de perfuração.

A diretora da ANP Magda Chambriard classificou o gás de "veneno para o trabalhador" e disse que possivelmente a Chevron será multada. A empresa teria que informar a agência da presença do gás durante a produção.

A Chevron informou que faz "uma monitoria regular da substância" e que tem processos para "garantir a segurança dos empregados". Disse ainda que "respeita as decisões da ANP" e que o poço era responsável por menos de 10% da produção diária do campo, de 79 mil barris.

Além da possível multa pela produção irregular de gás tóxico, a Chevron tem mais dois processos administrativos em andamento na ANP: um por não ter entregue à agência todas as imagens submarinas do vazamento no campo do Frade, ocorrida no dia 7 de novembro; outro por conta do atraso do plano de abandono de poço devido à falta de equipamento.

Os dois processos podem levar a petroleira a ser autuada em até R$ 100 milhões. A empresa já foi multada pelo Ibama em R$ 50 milhões e pode receber outra multa de R$ 10 milhões do instituto.

Segundo Chambriard, não houve vazamento do gás, mas a Chevron não avaliou o impacto que a substância poderia ter sobre as estruturas e os equipamentos da plataforma. "A auditoria anterior na plataforma não constatou a produção do gás sulfídrico. Então, eles teriam que avisar a ANP", disse a executiva.

A irregularidade foi constatada pela agência na semana passada, durante auditoria na plataforma de produção. O poço foi imediatamente fechado, informou a diretora, que comunicou ao Ministério do Trabalho.

Toda produção de petróleo tem gás natural associado, que contém mais ou menos gás sulfídrico. Se o teor for muito alto, pode corroer os equipamentos, segundo o diretor do Centro de Brasileiro de Infraestrututra, Rafael Schechtman. "Se vazar, pode provocar chuva ácida", explicou.

Na semana passada, a Chevron disse que iria provar que tinha os equipamentos necessários para cumprir o plano de abandono do poço onde ocorreu o vazamento de 2.400 barris a 120 km da costa.

"Só se eles provarem que tinham e que um ET levou os equipamentos, mas acho difícil", ironizou Chambriard. A ANP proibiu a petroleira de fazer novas perfurações no campo de Frade até o fim das investigações que, de acordo com a executiva, devem demorar três meses.

Efeito Chevron acende alerta em resseguro
Quando a Petrobras iniciar a negociação da bilionária renovação do seguro de suas operações, em fevereiro, já vai encontrar preços até 15% maiores por conta do acidente da BP, no golfo do México.

Mas a empresa não previa que também poderia enfrentar oferta menor de capacidade das resseguradoras. Depois do acidente da Chevron e ainda no rastro do acidente da BP, essas empresas acenderam o alerta para o aumento de risco do setor de petróleo e gás natural.

A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), maior empresa privada de exploração e produção no Brasil, já está sentindo reflexos do vazamento da bacia de Campos, segundo o diretor da resseguradora JLT Re, Adriano Oka.

Em plena renovação de seguro, a empresa amargou oferta 30% menor das resseguradoras para a cobertura do risco no controle de poço e de 50% para a apólice de responsabilidade civil, informou Oka.

"Reduzindo a capacidade, você corre o risco de não conseguir integralizar 100% do risco no mercado", disse Oka.

Com parte do risco sem cobertura, a solução será procurar outras resseguradoras que não participaram da primeira chamada de licitação e que poderão cobrar mais alto pelo resseguro.

A Petrobras renovou em março de 2010 três apólices de seguros envolvendo prêmios [o valor pago pela empresa] totais de US$ 49,6 bilhões. A maior dela tem valor segurado de US$ 94,9 bilhões e se refere a riscos operacionais, riscos de petróleo e responsabilidade civil geral das empresas do sistema Petrobras.

Luz amarela
Um possível aumento de custo na área de seguros seria mais uma gota no oceano de mágoas entre o mercado de ações e a estatal. Em queda de quase 20% no ano na Bolsa de Valores e sem perspectiva de recuperação no curto prazo, a Petrobras não vai cumprir novamente neste ano a meta de produção de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil.

Além disso, poderá ter custos adicionais se o governo ficar mais rígido na fiscalização. "Se o governo resolver aumentar a regulamentação, fazer novas exigências, e as empresas tiverem de adquirir equipamentos novos, contratar pessoal, pode haver um custo extra e, dependendo do tamanho desse custo, vir a afetar a margem futuramente", disse o analista Erick Scott, da SLW Corretora.

(Por Denise Luna, Folha de S. Paulo, 02/12/2011)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -