"O grupo africano não vai permitir que o Protocolo de Kyoto seja enterrado no solo da África". Foi com esta frase que o representante dos países africanos arrancou aplausos dos presentes na plenária da COP17, nesta manhã (29), aqui em Durban, durante o Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre Compromissos Adicionais para Partes do Anexo I do Protocolo de Kyoto.
A sessão começou com a representante da Argentina falando em nome do G77 - 132 países acrescido da China - e reassumindo a posição do grupo pela defesa do 2º período do Protocolo de Kyoto. Além disso, cobrou o compromisso por parte dos países desenvolvidos neste mesmo sentido.
"As promessas que estão sobre a mesa são insuficientes perto do que a ciência recomenda", disse. Afirmou ainda que o Protocolo é instrumento essencial para manter e aumentar os níveis de ambição para os compromissos de redução de emissões dos países desenvolvidos.
Por outro lado, a Austrália, que falou em nome dos paises do grupo Umbrella (integrado por Austrália, Japão, Rússia, entre outros), retomou sua posição e afirmou que já estão tomando medidas de mitigação e que o Protocolo de Kyoto não pode sozinho manter as reduções em 2ºC ou menos.
A União Européia também se mostrou aberta para um 2º período de compromisso do Protocolo como parte de uma transição para um quadro mais amplo e juridicamente vinculante. "O 2º periodo do Protocolo com poucos países é claramente insuficiente para resolver o probema climatico", disse o representante da UE.
A Gâmbia foi incisiva ao afirmar que os países deixando o Protocolo de Kyoto o fazem não porque querem fazer mais e sim porque querem fazer menos. "É preciso que haja um acordo para o segundo periodo do PK".
(Vitae Civilis, 29/11/2011)