A Câmara dos Deputados criou na última semana uma comissão externa que vai acompanhar as ações para estancar o vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, na costa do Rio de Janeiro. A comissão também vai averiguar os danos ambientais e à saúde decorrentes do acidente.
O vazamento de óleo, de responsabilidade da petroleira Chevron, começou no dia 8 de novembro e está sendo investigado pela Polícia Federal, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pela Marinha, no sentido de identificar, dentro de suas competências, as causas, consequências e responsabilidades pelo vazamento.
A comissão externa foi requerida pelo deputado Dr. Aluízio (PV-RJ). Instituída por ato do presidente da Câmara, Marco Maia, a comissão também é integrada pelos deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Delegado Protógenes (PCdoB-SP), Fernando Torres (PSD-BA), Marcelo Matos (PDT-RJ) e Paulo Feijó (PR-RJ).
Desencontro de informações
Para Dr. Aluízio, a forma como a investigação do acidente tem sido feita “deixa a sociedade brasileira um tanto desprotegida”. De acordo com o deputado a comissão pretende visitar a plataforma, sobrevoar o local e realizar audiência pública com os dirigentes da Chevron, uma vez que existe “um total desencontro de informações” quanto à dimensão do acidente.
O deputado ressalta que existe uma preocupação de especialistas, técnicos, algumas autoridades e ambientalistas, de que este acidente esteja sendo minimizado para proteger os interesses da Chevron. “Eles temem que, por razões econômicas, estejam sendo ocultados os reais danos ambientais e à saúde humana causados pelo desastre na Bacia do Frade.”
O parlamentar observa ainda que a empresa responsável pela perfuração do poço, a Transocean, é a mesma que atuou no Golfo do México, onde ocorreu um acidente que resultou no vazamento de 40 milhões de barris.
(Agência Câmara, 28/11/2011)