No primeiro dia da COP17 efetivamente pouca novidade apareceu. Não faltaram discursos positivos na plenária de abertura em especial do presidente sul-africano Jacob Zuma que mencionou as metas de redução de emissões do seu país. Apesar das aparentemente boas perspectivas, na prática, os delegados de alguns países não apresentaram posições muito animadoras.
Um dos rumores preocupantes do dia foi a possibilidade do Canadá anunciar sua saída do Protocolo de Kyoto (KP) até o fim deste ano. Por conta disso, o país acabou recebendo o prêmio Fóssil do Dia - concedido pela Climate Action Network (CAN) a países que emperram as negociações durante as COPs.
A Austrália, em nome do grupo Umbrella (integrado por Austrália, Japão, Rússia, entre outros), reafirmou que os países em desenvolvimento que estejam entre os maiores emissores devem ter responsabilidades similares as dos países desenvolvidos que possuem metas com força de lei no âmbito internacional – nos termos do Protocolo de Kyoto.
Apesar de reconhecer que os países desenvolvidos devem demonstrar liderança, o negociador da Austrália ressaltou que o cenário global de poder e emissões é muito diferente de 1997, ano da aprovação do Protocolo.
Do lado do Brasil, o embaixador André Corrêa do Lago, durante a coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, reconheceu que há dificuldades nas negociações na África do Sul, mas que o Brasil espera um resultado positivo que assegure as metas para um 2º período do Protocolo de Kyoto.
Corrêa do Lago comentou ainda que a COP17 é importante para os países do BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China) por se tratar do primeiro de uma série de eventos a serem realizados nos países do grupo, a exemplo da Rio+20 e a Convenção da Biodiversidade (Índia).
O Brasil encontra-se numa situação delicada nas negociações, em razão do projeto de lei que altera o Código Florestal, o qual deve ser votado no Senado nesta terça-feira (29). Esta questão tomou parte da coletiva de imprensa e levou o embaixador a reforçar o tema da proteção florestal para o Brasil. “Eu acho que o assunto Floresta é chave para o Brasil uma vez que o desmatamento significa a maior parte das nossas emissões”, disse.
(Vitae Civilis, 28/11/2011)