(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
protocolo de kyoto cop/unfccc plano climático
2011-11-28 | Rodrigo

Começou. Neste domingo, antes mesmo do início oficial da COP17, a União Europeia, em coletiva de imprensa estabeleceu suas condições para aprovar um segundo período de compromissos para o Protocolo de Quioto.

O negociador chefe da União Europeia, Arthur Runge-Metzger disse que a Europa apóia Quioto, mas não pretende ser sozinha a fiadora da continuidade do Protocolo. “O Protocolo de Quioto é útil”, disse ele, mas não resolve o desafio da mudança climática.

“Ele cobre apenas em torno de 25% das emissões e, com a saída anunciada de vários países, ficaria só a União Europeia, que cobre não mais que 17% das emissões.” E completou, “o problema das emissões não está na Europa, basta ver as estatísticas.”

Também na coletiva, o representante da Polônia, país que no momento preside a UE, Tomasz Chruszczow disse que um novo acordo sobre mudança climática deve colocar sob o mesmo guarda-chuva legal 100% das emissões. “Queremos que cem porcento dos países que emitem participem dos esforços de mitigação (redução das emissões).”

Para a União Europeia, informou, o Protocolo de Quioto poderia ser uma transição. Mas a aprovação de um segundo período de compromissos (o primeiro se esgota em dezembro do ano que vem) algumas condições realistas e necessárias devem ser atendidas.

Runge-Metzger deixou bem claras que condições são essas: operacionalizar completamente os Acordos de Cancun, colocando em prática o Fundo Verde para o Clima, especialmente esclarecendo como ele financiará ações de adaptação, uma demanda dos países mais pobres; colocar em prática o mecanismo de apoio tecnológico aos países em desenvolvimento; aprovar o REDD+, instrumento de financiamento de reduções de emissões por desmatamento e degradação florestal; esclarecer e especificar melhor os mecanismos de transparência (MRV), pelos quais as emissões sejam monitoradas, relatadas e verificáveis.

Essas condições, segundo os dois representantes da UE, seriam perfeitamente fatíveis. “Há muito trabalho técnico por fazer e espero que nesta primeira semana tenhamos progresso significativo no lado técnico”, disse Runge-Metzger.

Há uma condição política, também, informou o negociador da União Europeia, “para que se possa negociar o segundo período de compromissos do Protocolo de Quioto”. “Precisamos de um mapa do caminho, um roteiro, para chegarmos a um acordo legal, que alcance a todos os países emissores, e que seja substantivo, que procure realmente reduzir a brecha que existe entre as ‘ambições’ (o que os países prometem fazer) e o que a ciência diz ser necessário, para que alcancemos a meta de 2 graus Celsius. Com os compromissos de Cancún [na verdade assumidos em Copenhague] estamos caminhando para 3,5-4,0 graus Celsius.”

O negociador europeu disse ainda que esse acordo deveria estar pronto para ser assinado até, no máximo, 2015 e que pudesse entrar em vigor até, no máximo, 2020. Perguntado por um repórter se não faltava ambição a uma proposta marcada para só vigorar em 2020, Runge-Metzger explicou: “Nós precisamos trabalhar para que esse acordo possa ser assinado o mais breve possível, mas não poderia passar de 2015, e para entrar em vigor também o quanto antes, mas não após 2020.”

Runge-Metzger disse, ainda, que esse roteiro tem que ser mais específico e comprometer mais efetivamente os países com os passos e prazos para se chegar a um acordo global sobre o clima.

Chruszczow afirmou que “não podemos viver com [o mapa do caminho] de Bali para sempre.” Deu nome aos bois: “precisamos de um mapa do caminho de Durban.” Para ele, essa proposta não é um “movimento defensivo”. Ele acredita que ela ajudaria os países desenvolvidos a enfrentar a crise econômico-financeira. “Aceleraria a recuperação”, acrescentou.

É, ainda segundo ele, a base para um “pacote equilibrado”, que contenha resultados imediatos e faça progresso em direção a um acordo internacional legal. “É preciso ter o roteiro, o calendário e datas marcadas para as decisões (deadlines)”, terminou.

Essa ideia de um acordo com datas futuras certamente ocupará boa parte das conversas a partir de amanhã (28). Dificilmente será bem recebida pelos países em desenvolvimento. Tem o risco de provocar um impasse ainda mais difícil, pela quebra da confiança das partes. Mas tem, também, uma chance nada desprezível de ser muito parecida com o resultado final desta reunião.

(Por Sérgio Abranches, Ecopolitica, 27/11/2011)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -