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lei antifumo indústria do cigarro saúde pública
2011-11-24

Medida, que bane fumódromo, só depende de sanção da presidente Dilma. Lei é semelhante à de São Paulo; proposta, porém, ainda precisa de regulamentação para definir valor de multa

O Senado aprovou uma medida provisória que proíbe o fumo em ambientes fechados de acesso público em todo o país. Até os fumódromos, áreas criadas especificamente para fumantes em bares, restaurantes, danceterias e empresas, ficam proibidos. Hoje, leis semelhantes já vigoram em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

A medida passará a valer a partir da sanção do texto pela presidente Dilma Rousseff. A proposta, porém, ainda depende de regulamentação para fixar valor de multa.

O projeto é semelhante ao aprovado pelo então governador José Serra (PSDB) em São Paulo. No Estado, o dono do estabelecimento onde ocorre a infração pode pagar multa de até R$ 1.745. Mas a medida aprovada pelo Senado é ainda mais restritiva, porque bane até as tabacarias -locais onde é possível fumar desde que não haja comida e bebida.

A proposta, que começou a tramitar no Congresso em agosto deste ano, foi aprovada de maneira simbólica.

Outras alterações foram aprovadas no Senado. Uma delas é a que prevê que, a partir de 2016, os maços de cigarros também tragam mensagens de advertência sobre os riscos do produto à saúde em 30% da parte frontal (hoje existe só na parte de trás).

Pontos de venda de cigarro não poderão mais ter propaganda. Eles deverão apenas expor os produtos e suas advertências à saúde. Essas restrições foram comemoradas pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde). "Dados de outros países mostram que restringir o uso do cigarro em espaços coletivos e a propaganda no espaço de venda contribuem para reduzir o fumo", afirmou à Folha.

No Brasil, estima-se uma população fumante de 15% -em 1989 era de quase 35%. Padilha, porém, criticou outro ponto da medida provisória, que libera a publicidade do cigarro em eventos.

Alterações
O projeto passou por várias alterações na tramitação. Na Câmara, o relator Renato Molling (PP-RS) era a favor do fim dos fumódromos, mas tentou abrir a possibilidade de que alguns locais (como restaurantes e boates) fossem totalmente livres para o fumo. Não teve sucesso.

"Nossa proposta era mais ampla, se protegia um pouco mais a produção e os fumantes", disse o deputado, que vem do principal Estado produtor de tabaco.

A Souza Cruz e Philips Morris, duas das maiores produtoras de cigarro do país, não quiseram comentar o caso.

Ministro quer veto à publicidade das fábricas
A principal polêmica na aprovação da medida provisória que baniu fumódromos foi o trecho que permite a "divulgação institucional" do fabricante de derivados de tabaco -desde que não fale de produtos, e sim da empresa.

Ou seja, a empresa poderia promover seu nome em eventos, mas não citar o produto que comercializa. O texto não especifica onde será permitida tal divulgação.

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse à Folha que vai sugerir à Presidência que vete "qualquer medida que autorize publicidade, até institucional, a eventos esportivos e culturais".

Segundo Paula Johns, diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, a lei acaba permitindo que as empresas patrocinem eventos jurídicos, educacionais e festas. Para ela, fazer propaganda institucional quando o único produto vendido é o tabaco é, na prática, fazer propaganda do produto.

O tema elevou os ânimos da oposição no Senado. "Trata-se de propaganda de cigarros, abrindo brecha para que se volte a fazer publicidade de cigarros, um retrocesso em política de saúde pública", disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) anteontem, durante a aprovação da matéria.

O trecho que gerou polêmica foi incluído na Câmara, alterando o texto enviado por Dilma. Segundo assessoria do senador José Pimentel (PT-CE), relator do texto no Senado, ele era contra a medida.

Para evitar, porém, que a medida provisória perdesse o prazo de validade na tramitação na Casa, Pimentel resolveu não mexer no ponto e recomendar seu veto.

A Associação Brasileira da Indústria do Fumo afirmou que não se manifestaria. A Folha não conseguiu fazer contato com o Sindicato da Indústria do Tabaco.

Propaganda atrai crianças para o fumo, diz médico
Para o médico pneumologista Sérgio Ricardo Santos, integrante da comissão de tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia, as ações de marketing por parte dos fabricantes de cigarro atraem crianças e adolescentes para o fumo e, por isso, deveriam continuar proibidas no país.

Segundo ele, depois do uso de cigarro por familiares, a propaganda é a forma de apresentação que mais estimula os jovens a experimentarem o fumo.

A Medida Provisória 540, aprovada anteontem pelo Senado, permite que fabricantes de cigarro patrocinem eventos institucionais para a disseminação de sua marca, e não a promoção de seus produtos. Dar nome para evento citando a marca de cigarro, como ocorria com o antigo Free Jazz, por exemplo, continua vetado.

O especialista observa, no entanto, que as marcas de cigarro não são utilizadas como marca de outros produtos e, portanto, a sua divulgação em eventos institucionais implicará, automaticamente, na propaganda do produto.

"Não podemos nos iludir e achar que a marca não remete ao produto. O objetivo de qualquer propaganda é aumentar as vendas", disse. Para Santos, a Medida Provisória contraria a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, do qual o Brasil é signatário.

O tratado internacional prevê que os participantes implementem medidas para reduzir o tabagismo, como as advertências nos maços e a proibição da propaganda de cigarros.

(Por Johanna Nublat, Márcio Falcão e Tatiana Freitas, Folha de S. Paulo, 24/11/2011)


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