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indústria alimentícia substâncias químicas tóxicas câncer
2011-11-23 | Rodrigo

A toxicidade potencial de alimentos industrializados que utilizam corantes artificiais é complexa e controversa. Estes aditivos, cada vez mais comuns, são usados principalmente para fazer com que os alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes se mostrem com melhor aparência, parecendo saudáveis. Muitos deles, segundo especialistas, são tóxicos ou cancerígenos. Geralmente aparecem nos invólucros dos produtos como uma cor ou um simples código numérico.

Alguns dos aditivos alimentares que colorem produtos industrializados podem até não ser tão nocivos, mas existe atualmente uma pressão maior sobre os fabricantes para utilizarem substâncias corantes provenientes de plantas, ao invés de elementos quimicos sintéticos, potencialmente lesivos.

O caramelo, o grande precursor dos corantes alimentares, é o mais comum dentre todos. É o que faz com que as bebidas do tipo “cola” adquiram suas cores conhecidas. Existe em quase todos os líquidos bebíveis de cor amarronzada, tais como whisky, alguns sucos, vários molhos à base de soja e muitos vinagres balsâmicos. Também é utilizado em muitos tipos de junk-food, desde cookies até batatas chips. Esse corante provém da caramelização (queima) do açúcar.

Qualquer alimento queimado ou submetido à carbonização (pelo carvão) pode produzir câncer devido à liberação de uma substância denominada acrilamida. O que mais surpreende é que o FDA considera a acrilamida tóxica apenas em grandes doses e sustenta que as pequenas quantidades são insignificantes.

Muitas vezes o caramelo é processado com amônia e isto é indicado no invólucro por alguns códigos. Nos Estados Unidos, apenas o Estado da Califórnia listou todos os produtos corados à base de caramelo como carcinogênicos (passíveis de produzirem câncer).

Outro corante muito usado é à base de carmin, retirado de secreções de besouros. Muitas pessoas são extremamente alérgicas ao carmin e podem apresentar até reações anafiláticas que podem levar a estados de coma e à morte. O carmin é um corante muito utilizado em iogurtes e sorvetes.

Alguns corantes extraídos de plantas naturais começam a surgir no mercado dos alimentos industrializados. Entretanto, infelizmente o FDA, o mais importante orgão mundial na vigilância de quaisquer produtos medicamentosos ou alimentares nos Estados Unidos, mantém a autorização para vários tipos de corantes sintéticos que são, sabidamente, causadores de problemas sérios à saude.

É importante salientar que alguns pesquisadores renomados do Estado da California estão fazendo uma pressão forte para que muitos dos corantes não naturais sejam banidos do mercado, demonstrando casos clínicos de crianças que apresentaram graves manifestações clínicas.

Muitos dos corantes já foram banidos em vários paises da Europa mas, como em outros exemplos bem conhecidos, existe uma força quase indestrutível do poder econômico que não quer saber o que é bom para a saúde, mas, sim, para seus bolsos. Com isso, o FDA continua rejeitando muitas das queixas referentes aos corantes alimentares no que diz respeito à saude das pessoas, mesmo com os clamores de importantes cientistas.

Por aqui tambem seguimos o que nos é imposto pelos interessados em lucros apenas e, com isso, continuamos vendo um contingente da população, crianças e adultos, cada vez mais pesados e doentes.

(Por Sergio Vaisman*, Mercado Ético / Envolverde, 10/11/2011)

* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atua em São Paulo na área de medicina preventiva, é professor de pós-graduação em Bioquímica Aplicada à Medicina, pela Universidade Fernando Pessoa, em Portugal, e professor visitante da Universidade de Estudos de Siena, na Itália. Possui inúmeros trabalhos científicos e livros publicados. Também ministra palestras nas áreas de medicina preventiva e medicina ambiental. É comentarista e consultor de saúde na TV Climatempo, produtor e apresentador do programa Saúde no Mundo Tóxico e edita o site www.sergiovaisman.med.br.


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