Nesta quarta-feira (16), o parlamento europeu aprovou uma resolução não-vinculante pedindo que o bloco avance nas suas metas de corte de 20% nas emissões de gases do efeito estufa até 2020, argumentando que criaria benefícios econômicos através de ‘empregos e crescimento verdes’.
A resolução teve o apoio dos cinco principais grupos políticos e foi adotada com 532 votos a favor, 76 contra e 43 abstenções.
Os legisladores querem que a União Europeia tenha um papel de liderança na próxima conferência do clima das Nações Unidas em Durban e que defenda a extensão do Protocolo de Quioto, a menos que um novo acordo compulsório seja fechado.
“Precisamos lidar com as brechas e redefinir os compromissos feitos em Copenhague e Cancun”, comentou o presidente do comitê parlamentar sobre meio ambiente Jo Leinen. Os parlamentares querem que a UE ajude a chegar a um acordo sobre as fontes e o gerenciamento do Fundo Verde do Clima, que deve captar US$ 100 bilhões anuais até 2020.
Além disso, eles enfatizaram a necessidade de novas medidas para os setores não incluídos no Protocolo de Quioto, como aviação e navegação, e para lidar com as mudanças no uso da terra.
“Com as discussões climáticas das Nações Unidas em um limbo prolongado, o compromisso claro da UE em relação ao Protocolo de Quioto além de 2012 daria um novo ímpeto às conversas”, enfatizou o representante do Partido Verde na delegação europeia que vai para Durban, Bas Eickhout.
A preocupação do “vazio de gigatonelada” (gigatone gap) foi lembrada pelos legisladores na resolução, se referindo a diferença entre os compromissos internacionalmente assumidos e a meta das Nações Unidas que pretende limitar o aumento médio das temperaturas globais em 2°C.
(Por Fernanda B. Müller, Instituto CarbonoBrasil, 17/11/2011)