Crescimento na costa de oito países ameaça biodiversidade marinha. Relatório foi divulgado por universidade ligada às Nações Unidas
O desenvolvimento explosivo e em larga escala da região costeira de oito países do Golfo Pérsico deveria ser melhor controlado para evitar uma maior deterioração dos ecossistemas marinhos, que já estão frágeis, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (16) pela Universidade das Nações Unidas, ligada a ONU.
O problema afeta o Bahrein, Kuwait, Irã, Omã, Qatar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes, onde a taxa anual de crescimento demográfico é de 2,1%, o dobro da taxa global.
Segundo os autores do estudo, o desenvolvimento costeiro nos países mais ricos do Golfo tem sido tão grande e rápido que não há “tempo suficiente para elaborar estruturas reguladoras e técnicas de supervisão para guiar uma expansão fora de controle”.
Isto supõe “graves perdas e uma deterioração importante dos habitats naturais, como as zonas úmidas costeiras e os corais marinhos”, disse o informe do Instituto para Água, Meio Ambiente e Saúde da UNU.
Risco
Essas agressões ambientais agravam a contaminação e os potenciais problemas de saúde associados a elas, provocando uma “perda permanente das áreas onde se desenvolvem os mariscos e diferentes espécies de peixes importantes para a pesca comercial”, afirma o relatório.
No Golfo, esta urbanização explosiva na costa poderia ser particularmente nociva para o meio ambiente devido à geografia da região, proporcionando condições ideais para acúmulo de contaminantes nas águas marinhas.
Até agora, contudo, “não há dados suficientes e confiáveis para fazer uma estimativa precisa do impacto da contaminação no meio ambiente marinho do Golfo”.
A pressão sobre os ecossistemas costeiros é particularmente forte nos pequenos estados da região, como Bahrein, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes, onde quase toda a população vive em uma faixa de 50 km ao longo da costa.
(G1, 16/11/2011)