União Europeia, China e as nações mais vulneráveis às mudanças climáticas teriam se unido para defender o futuro do tratado
No último ano, vários encontros climáticos aconteceram sob a tutela das Nações Unidas e oficialmente poucos avanços resultaram deles. Porém, segundo o Portal Euractiv, muitas reuniões paralelas foram realizadas nesses encontros e uma coalizão de nações dispostas a estender o Protocolo de Quioto teria sido criada.
A coalização englobaria União Europeia, China, o grupo dos países menos desenvolvidos (LDCs) e a Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS) e tentaria, a partir do próximo dia 28 na Conferência do Clima na África do Sul (COP 17), promover a continuidade do único tratado climático internacional.
“A intenção é criar uma maioria dentro da COP para isolar os Estados Unidos. Assim, talvez seja possível avançar na questão do Protocolo de Quioto”, afirmou um delegado dos LDCs ao Euroactiv.
O governo norte-americano é acusado de se afastar das negociações climáticas por estar mais preocupado com a crise econômica e com as eleições presidenciais de 2012.
“Entendo a situação política em Washington, mas se você quer ser uma liderança global, você deve se comprometer com o clima”, afirmou Connie Hedegaard, comissária climática da União Europeia.
Outro país que ficaria isolado seria a Rússia, já que o seu chefe das negociações climáticas, Oleg Shamanov, declarou neste domingo (13) que jamais assinará a extensão de Quioto. “A Rússia não se beneficia de um acordo que não obrigue todos a terem metas. Assim, posso dizer com firmeza que jamais assinarei a continuidade do Protocolo de Quioto”, resumiu.
Mais vulneráveis
Também com o objetivo de integrar as propostas para a COP17, um grupo de 18 países, entre eles Maldivas, Etiópia e Costa Rica, estão reunidos em Bangladesh para o Fórum de Vulnerabilidade Climática, que começou nesta segunda-feira (14).
“Queremos que os mais vulneráveis se juntem e que falem a uma só voz suas necessidades na COP17”, afirmou Mesbah ul Alam, secretário de Meio Ambiente de Bangladesh.
Além de pressionar as nações mais ricas a ajudar, o Fórum pretende apresentar algumas estratégias de adaptação que já estão em prática.
“Queremos mostrar que os mais pobres e vulneráveis estão sendo proativos. É preciso reduzir o pessimismo presente nas negociações climáticas”, declarou Saleem Huq, do Instituto Internacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED).
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil, 14/11/2011)