Empresa pretende gastar mais R$ 2,2 bilhões para concluir aquisição da Fosfertil, rebatizada de Vale Fertilizantes. Conclusão da compra dependerá da adesão de dois terços dos acionistas minoritários da Vale Fertilizantes
Para obter a liderança na produção de fertilizantes no país, a Vale gastou, no início de 2010, US$ 5,7 bilhões (R$ 10,1 bilhões) na compra da Fosfertil e de duas minas da companhia. Agora, a mineradora pretende desembolsar mais R$ 2,2 bilhões para ficar com as ações que ainda não detém da Vale Fertilizantes (novo nome da empresa adquirida no ano passado).
Para isso, a Vale lançou anteontem oferta pública de compra de até 100% dos papéis da subsidiária que estão em circulação no mercado.
Se conseguir recolher todas as ações que estão na Bolsa, a mineradora vai desembolsar os R$ 2,2 bilhões e, dessa forma, perfazer mais de R$ 12 bilhões na aquisição da antiga Fosfertil.
Em jogo, dizem analistas, está a consolidação da liderança no setor, um dos mais promissores diante da necessidade do país de importar fertilizantes e das perspectivas de aumento da produção de grãos, cujas safras batem recordes a cada ano.
Outro ponto em questão, avaliam, é a necessidade crescente do uso fertilizantes no mundo. São dois os motivos. O primeiro é que as melhores terras destinadas à agricultura já foram ocupadas e as novas áreas demandam a utilização de maior volume de agrotóxicos para dar fruto.
Além disso, a população mundial se mantém em expansão acelerada, com a inclusão de novas classes de consumo, que passam a demandar mais alimentos.
Diante disso, a aquisição foi vista, em 2010, com bons olhos pelo mercado financeiro, e a oferta de compra de ações também passou pelo crivo de investidores agora.
Adesão de acionistas
Para ter sucesso em sua empreitada, porém, a Vale precisa contar com a adesão de dois terços dos acionistas minoritários com papéis da Vale Fertilizantes. Para atraí-los, a Vale fixou o preço único de R$ 25 para os papéis -tanto ordinários como preferenciais. A mineradora ofereceu ainda fazer o pagamento exclusivamente em dinheiro.
Os acionistas têm um mês para aderir à oferta. O leilão de recompra de ações será realizado no dia 12 de dezembro, na Bovespa. A operação está sendo coordenada pelo banco Morgan Stanley.
Concluída a oferta, o registro de companhia aberta da Vale Fertilizantes será fechado, e a empresa será incorporada à Vale.
(Por Pedro Soares, Folha de S. Paulo, 11/11/2011)