Respaldadas pela presença da PM e do governo do DF, empreiteiras ignoram direitos constitucionais garantidos pela comunidade indígena local
Na manhã desta quinta-feira (03), várias empreiteiras retomaram as obras nas terras do Santuário Sagrado dos Pajés, em Brasília (DF) a última área de cerrado nativo no Plano Piloto, para construção do Setor Noroeste, de edifícios de altíssima renda.
Houve confrontos quando um grupo de defensores do Santuário tentou barrar os tratores por volta das 8 da manhã. Doze pessoas estão presas no 2o. DP da Asa Norte. A área é reivindicada por indígenas de várias tribos, lideradas pelos Fulni-os, que moram e preservam a área desde a construção de Brasília, nos anos 50.
Os operários e máquinas estão respaldados por forte aparato policial, mas várias ações ainda estão em andamento e a área está sub-judice.
Além de vários problemas legais, como a suposta compra de votos para aprovação do Plano Diretor de Brasília, revelados na Operação Caixa de Pandora, e ambientais já que a construção impermeabiliza uma área tampão do Parque Nacional, o Laudo Antropológico encomendado pela Funai reconhece o território como sendo de ocupação tradicional indígena e recomenda a abertura de um Grupo de Trabalho para proceder a demarcação.
Os defensores dos Santuário e os indígenas prometem grande manifestação e enfrentamentos até a paralisação das obras.
(Por Angel Luis Rodriguez, Brasil de Fato, 03/11/2011)