A fábrica de materiais de construção Eternit, em Guadalupe, teve cerca de 3 mil toneladas de telhas de amianto apreendidas, durante ação da Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais, da Secretaria estadual do Ambiente. De acordo com a secretaria, o amianto tem potencial cancerígeno e só pode ser fabricado no Rio com gravações em baixo ou alto relevo, alertando sobre o risco da substância. O valor da multa ainda está sendo calculado, podendo chegar a R$ 1 milhão.
O coordenador de Saúde Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente, Luiz Roberto Tenório, fez outra acusação. Durante a vistoria, ele disse ter flagrado funcionários sem máscaras, proteção pessoal obrigatória para a manipulação do amianto.
A Eternit será notificada para apresentar a relação de todos os funcionários expostos ao amianto desde 2004, e se eles estão em dia com exames médicos regulares.
Em resposta à fiscalização estadual, o Grupo Eternit declarou entender "que a autuação de sua fábrica instalada no Rio foi uma atitude unilateral da Secretaria de Estado do Ambiente". Em seguida, a companhia afirmou que a utilização do amianto em suas fábricas "seguem rígidos padrões de segurança, que superam às exigências legais".
Além disso, garante que nenhum caso de doença relacionada ao uso do amianto foi registrado entre funcionários a partir dos anos 80.
Sobre as inscrições em relevo nas telhas, informando sobre os riscos do amianto, a fábrica argumenta que segue resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, a qual já determina a empresa a informar sobre eventuais danos do amianto.
(O Globo, 31/10/2011)