Uma tecnologia de geoengenharia para absorver as emissões de dióxido de carbono do aquecimento global da atmosfera pode ser implantada até 2018, disse a Instituição de Engenheiros Mecânicos (IME) do Reino Unido.
A instituição demonstrou a tecnologia de captura de ar na quarta-feira (26) à noite em pequena escala, quando o governo do Reino Unido e acadêmicos se reuniram para discutir o potencial da ferramenta.
O dispositivo, semelhante a um mata mosca gigante, é mil vezes mais eficiente na absorção do dióxido de carbono do ar do que uma árvore mais ou menos do mesmo tamanho, de acordo com IME, cujos membros estão desenvolvendo a tecnologia.
Uma vez capturado, o CO2 poderia ser usado em processos industriais ou armazenado seguramente sob o solo.
“Além de ser uma tecnologia vital para lidar com as emissões difíceis de administrar como as da aviação e da navegação, essa tecnologia poderia também ser uma ferramenta vital para estabelecer um preço definitivo para o CO2”, afirmou Tim Fox, diretor de meio ambiente da instituição.
“Isso poderia ajudar a dar mais certeza aos investidores de companhias que querem apostar em grandes projetos como construir novas usinas de energia, fazendas eólicas ou fábricas”, ele acrescentou.
As soluções de geoengenharia para contrabalançar o aumento das emissões de CO2, tais como dispositivos de captura de ar, são relativamente pouco desenvolvidas, e seus custos exatos são uma questão de debate.
Mas à medida que as negociações climáticas provavelmente não chegarão a um acordo jurídico obrigatório para cortar as emissões, as tecnologias de geoengenharia estão sendo vistas como uma forma de gerir essas emissões.
Nesta semana, uma avaliação internacional mostrou que mais de 70% dos participantes eram a favor de pesquisas de engenharia para combater o aquecimento global.
No entanto, muitos especialistas veem tais soluções como um “último recurso”, e declaram que os governos deveriam se focar em tecnologias comprovadas como a eólica, a de energia solar e a de eficiência energética.
A IME disse que os dispositivos de captura de CO2 do ar podem ser implantados a um custo menor e em menor escala do que outras tecnologias de mitigação de mudanças climáticas, como a Captura e Armazenamento de Carbono (CCS).
Na última semana, o governo do Reino Unido cancelou os planos para financiar um projeto de demonstração de CCS na Escócia, sinalizando que a tecnologia é muito cara.
“Como esse dispositivo mostra, essa tecnologia inovadora funciona. O que precisamos do governo e da indústria não são grandes quantias de financiamento, mas uma direção estratégica de onde essa tecnologia poderia ser adaptada para lidar com as mudanças climáticas”, afirmou Fox.
(Por Nina Chestney, com tradução de Jéssica Lipinski, Reuters* / Instituto CarbonoBrasil, 27/10/2011)