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aumento da temperatura emissões de co2 impactos mudança climática
2011-10-25

O foco dos estudos climáticos pode variar de acordo com o assunto, mas a mensagem é quase sempre a mesma: precisamos tomar medidas urgentes se quisermos combater e controlar os efeitos do aquecimento global. E na edição especial da revista Nature sobre mudanças climáticas não poderia ser diferente; mais uma vez cientistas alertam para a necessidade de agirmos rapidamente e para o que acontecerá se não mitigarmos as mudanças climáticas.

O estudo Emission pathways consistent with a 2 °C global temperature limit (Vias de emissões consistentes com um limite global de temperatura de 2 °C) afirma que ainda há tempo para manter o aumento da temperatura mundial abaixo do limite de 2°C adotado pela comunidade internacional, mas que para isso é necessário reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) rapidamente.

Nesta pesquisa, foram analisados dois cenários de emissões de dióxido de carbono, e os cientistas descobriram que para aumentar as chances de manter o aumento de temperatura dentro do desejável, seria necessário que o pico de emissões se desse na próxima década e que até 2020 o nível médio de emissões diminuísse para 44 gigatoneladas anuais de CO2 equivalente.

“Comprometer-se com tais metas seria garantir a entrada global em um caminho tecnológica e economicamente viável de baixas emissões”, indicou Joeri Rogelj, cientista do Instituto de Ciência Atmosférica e Climática de Zurique e um dos autores do estudo.

Para atingir esse valor de 44 gigatoneladas, seria necessária uma redução de 8,5% em relação ao índice emitido em 2010, de 48 gigatoneladas. Se tal meta fosse atingida, a probabilidade da temperatura se manter abaixo do aumento de dois graus seria maior do que 66%.

“Nosso estudo revelou que há cenários de emissões onde conseguimos manter o aquecimento em um nível aceitável, mas para que os países se aproximem dessa meta eles precisam honrar as suas promessas”, declarou Malte Meinshausen, cientista da Universidade de Melbourne e outro autor da pesquisa.

“Sem um compromisso firme para colocar em prática mecanismos para possibilitar um pico prematuro nas emissões globais seguido por grandes reduções, há riscos significantes de que a meta de dois graus Celsius, endossada por tantas nações, já esteja ficando inatingível”, acrescentou Rogelj.

Mas os próprios pesquisadores se mostraram preocupados com a atual situação, e enfatizaram que o que tem sido feito atualmente não é o suficiente para reduzir as emissões aos níveis necessários para mitigar o aquecimento global.

“Se a comunidade internacional realmente quer evitar as mudanças climáticas perigosas, os países parecem mal aconselhados, pois continuaram a aumentar as emissões nos últimos dez anos, o que em última análise vai levar a consequências desastrosas no futuro. Enquanto nos mantivermos emitindo dióxido de carbono, o clima continuará a esquentar”, alertou Meinshausen.

No entanto, a pesquisa indica que um cenário mais positivo, com um aumento de temperatura de 1,5 graus Celsius, apesar de mais improvável, também é possível. “Os dois cenários que analisamos indicam que seria tecnológica e economicamente possível atingir tal caminho futuro [de 1,5 graus Celsius]. Mas eles não levam em conta o fato de que poderia haver barreiras políticas e societais”, explicou Rogelj.

Já outro estudo publicado na revista, Projections of when temperature change will exceed 2 °C above pre-industrial levels (Projeções de quando a mudança de temperatura será superior a 2 ° C acima dos níveis pré-industriais) revela que o controle da emissão de dióxido de carbono não só ajudaria a diminuir os impactos das mudanças climáticas, mas também adiaria as consequências do fenômeno.

“Não se trata apenas de evitar mudanças climáticas potencialmente perigosas, mas também de ganhar tempo para a adaptação”, esclareceu Manoj Joshi, pesquisador da Universidade de Reading principal autor da pesquisa.

Segundo o estudo, que também comparou diferentes cenários de emissões, em panoramas com mais liberação de carbono, o limite de temperatura de dois graus Celsius deve ultrapassado até 2060. Já em um cenário com menor nível de emissões, esse limite poderá ser atingido ou ultrapassado muitas décadas depois.

“Essa abordagem de comunicar os impactos e incertezas das mudanças climáticas chama atenção para as taxas de mudança em vez de fazê-lo apenas para a mudança em si. Isso complementa os métodos existentes, e deveria ser empregado mais amplamente”, afirmou Joshi.

No entanto, a pesquisa ressalta que em algumas regiões como a Eurásia, o Norte da África e o Canadá, o limite de dois graus poderá ser atingido até 2040 se as emissões continuarem a aumentar, afetando a vida das milhões de pessoas que vivem nessas áreas.

(Por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil, com informações da Nature, 24/10/2011)


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