Enchentes já causaram 345 mortes; 2,5 milhões estão desabrigados. Cerca de mil fábricas já fecharam e parte da agricultara está arruinada
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, declarou nesta sexta-feira (21) estado de desastre pelas piores inundações registradas no país nos últimos 50 anos.
A declaração dá ao governo plena autoridade para adotar medidas destinadas a atenuar os efeitos das inundações que começaram há três meses e já afetaram nove milhões de pessoas, incluindo 2,5 milhões de desabrigados.
Em seu discurso, Shinawatra disse que ordenou ao Exército proteger os locais estratégicos da capital, como o aeroporto internacional de Suvarnabhumi, o Palácio Real e o Hospital Siriraj, onde está internado o rei Bhumibol Adulyadej.
A declaração facilitará a entrada em vigor da lei que também concede à primeira-ministra a autoridade para exonerar os funcionários públicos que não acatarem suas ordens.
A água que alaga o planalto central da Tailândia segue aumentando nesta sexta-feira no perímetro de Bangcoc, cuja população foi novamente alertada para que se prepare para enfrentar inundações em algumas áreas da capital.
Após reforçar durante várias semanas os diques de Bangcoc, o governo decidiu abrir algumas das comportas com a finalidade de permitir que a água passe através da metrópole, localizada na foz do rio Chao Praya.
Bangcoc, cidade na qual vivem mais de dez milhões de pessoas, se assemelha a uma ilha cercada por água barrenta que arrasta lixo e produtos químicos das fábricas que ficaram inundadas.
A Tailândia registra as maiores inundações dos últimos 50 anos depois que os primeiros rios e pântanos transbordaram com a chegada das copiosas chuvas da monção.
Pelo menos 345 pessoas morreram, mais de 10% da superfície dedicada à agricultura ficou arruinada e cerca de mil fábricas fecharam à medida que as águas seguiam seu curso natural, em direção a Bangcoc.
Na capital, a maior parte dos supermercados da metrópole sofre com desabastecimento há dias por causa da interrupção dos canais de distribuição e da avalanche de consumidores com medo de uma eventual escassez de alimentos.
(EFE / G1, 21/10/2011)