Por ano, 781 mil morrem com a doença, a maioria na África subsaariana. Malária ainda é endêmica em 108 países e territórios
Quase um terço de todos os países onde a malária é endêmica estão trabalhando para erradicar a doença no prazo de dez anos, segundo um novo relatório divulgado esta segunda-feira nos Estados Unidos.
A Organização Mundial da Saúde concedeu certificados a três países livres de malária nos últimos quatro anos, segundo o relatório, publicado pela Parceria de Combate à Malária e elaborado por especialistas da OMS.
O estudo, que analisa o trabalho da parceria público-privada ao longo da última década, foi apresentado na abertura de um fórum sobre a malária, patrocinado pela Fundação Bill and Melinda Gates Foundation, esta segunda-feira, em Seattle.
Segundo o estudo, o número de mortes por malária caiu 38% nos últimos 10 anos. Mas a doença, que é evitável e tratável, ainda é endêmica em 108 países e territórios.
Calcula-se que morram, anualmente, 781 mil pessoas devido à malária, a maioria na África subsaariana, sobretudo crianças até os cinco anos. A doença afeta 40% da população mundial.
"Avanços consideráveis"
Segundo a Parceria de Combate à Malária, se os avanços atuais no combate à doença continuarem, mais de três milhões de vidas podem ser salvas até 2015 com a eliminação da doença de 8 a 10 países.
"O mundo fez avanços consideráveis no controle da malária", disse Robert Newman, diretor do Programa Mundial de Malária da OMS, autor do relatório "Eliminating Malaria, Learning from the Past, Looking Ahead" (Eliminando a Malária, aprendendo com o passado, olhando à frente).
"Melhores exames diagnósticos e vigilância possibilitaram termos uma imagem mais clara de onde nós estamos em campo e demonstraram que há países eliminando a malária em todas as regiões endêmicas do mundo", acrescentou.
"A OMS monitora continuamente e assegura que estes países sejam totalmente apoiados em seus esforços para se libertarem da malária", continuou.
A Parceria de Combate à Malária foi criada em 1998 por três agências das Nações Unidas e pelo Banco Mundial e agora tem mais de 500 organizações "parceiras" que coordenam o trabalho e reúnem experiências.
Segundo o grupo, os países devem visar à "cobertura universal com ferramentas de controle da malária, inclusive mosquiteiros tratados com inseticida, vaporização residual em recintos fechados, exames diagnósticos e tratamentos eficazes contra a malária".
A Fundação Bill e Melinda Gates organizou seu segundo fórum sobre a malária esta semana a fim de obter apoio para os países que lutam para se livrar da doença. "Em 2011, com as intervenções altamente eficazes de que dispomos, ninguém deve morrer de malária", afirmou Newman.
(AFP / G1, 17/10/2011)