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mercado de carbono emissões de co2 política ambiental da ue
2011-10-14 | Rodrigo

As ONGs Corporate Europe Observatory e Carbon Trade Watch, que acompanham o mercado europeu de carbono, examinaram as reformas que estão sendo propostas para sua regulamentação após vários episódios de fraudes e analisaram o papel do lobby corporativo na tentativa de influenciar o processo.

"Os mercados de carbono são um parque de diversões para fraudadores e especuladores", lamentou o autor do relatório ‘Letting the market play’ scar Reyes.

 “A Comissão Europeia adotou uma abordagem deliberadamente leve para a regulação do sistema europeu de comércio de emissões desde seu lançamento em 2005”, porém a série de fraudes tornou esta posição “insustentável.

A Comissão propôs medidas para melhorar a segurança do esquema, “que antes era tão permissivo que era mais fácil se tornar um trader de carbono do que abrir uma conta no banco”, explica o grupo.

Mas as novas regras do mercado também não são suficientes, alega o relatório, permitindo “acobertar evidencias de fraudes e manipulação”, já que os números seriais dos créditos de carbono não devem ser revelados.

O grupo critica que a Comissão levou tempo demais para identificar o carbono como uma commodity suscetível a grande especulação e chama atenção para o lobby feito pela Associação Internacional de Comércio de Emissões e pelo BusinessEurope contra a regulamentação do sistema.

“Este relatório documenta como o lobby do setor financeiro tem sido levado pelo desejo de encontrar novas oportunidades para a especulação no mercado de carbono, não importando o que for preciso”, denuncia.

Algumas batalhas estão sendo perdidas pelos lobistas, pondera o relatório, e tudo indica que os créditos devem ser incluídos na Diretiva de Mercado para Instrumentos Financeiros.

“Entretanto muitas brechas ainda permanecem na regulamentação financeira do mercado de carbono...fundamentalmente, o comércio de emissões introduz especulação em sua formulação e não tem cumprido seus objetivos. É preciso ‘desfinancializar’ as políticas climáticas”, conclui.

(Por Fernanda B. Muller, Instituto CarbonoBrasil, 11/10/2011)


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