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desmatamento da amazônia sensoriamento remoto política ambiental brasil
2011-10-04 | Rodrigo

Foram 164 km² desmatados no mês, contra 265 km² um ano antes. Instituto atualizou dado anual consolidado para 2010, que aumentou 8,5%

O desmatamento na região amazônica teve uma queda de 38% no mês de agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, indicam dados divulgados nesta segunda-feira (3) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Ministério do Meio Ambiente, em Brasília.

Analisando imagens de satélite, o instituto detectou a derrubada de 164 km² - o equivalente a cem vezes o Parque Ibirapuera, em São Paulo. Um ano antes, haviam sido 265 km² devastados em agosto. Em relação a julho deste ano, também houde redução, já que naquele mês foram 225 km². A cobertura de nuvens foi a menor da história, com 3%, o que contribuiu para a qualidade dos dados de monitoramento via satélite.

De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, a queda é resultado do esforço de fiscalização feito pelo governo. Depois de registrada a devastação de 477 km² em abril deste ano, um gabinete de crise foi instalado para aumentar a vigilância, em especial no norte de Mato Grosso.

“Instalamos o gabinete de crise e, de lá para cá, conseguimos reduzir e colocar muito abaixo do que era o perfil médio do ano passado”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Municípios
De acordo com o Inpe, os novos dados revelaram um alerta em relação ao aumento do desmatamento em alguns municípios que fazem parte da lista dos 48 maiores desmatadores. Entre os que tiveram indicativo de aumento no desmatamento estão Pacajá, no Pará, Porto Velho, em Rondônia e Feliz Natal, em Mato Grosso.

Segundo a ministra, os prefeitos dos municípios serão chamados para discutir as estratégias de combate ao desmatamento ilegal. “[Quanto aos ] municípios que explodiram, temos que chamar esses prefeitos para fazer uma revisão do plano estadual de desmatamento e isso vai ser feito, se necessário for. Da mesma forma que a gente tira municípios da lista a gente coloca municípios na lista”, disse Izabella Teixeira.

Ela demonstrou preocupação também com o desmatamento em pequenas áreas, abaixo de 6 hectares, que se manteve constante nos últimos anos.

O governo suspeita que se tratem de produtores já consolidados que persistem na derrubada da floresta. A estimativa é de que esse tipo de devastação seja responsável pela destruição de cerca de 1 mil km² de vegetação por ano.

A ministra do Meio Ambiente afirmou que a situação será analisada pelos técnicos e avaliou como “preocupante” a contribuição desse desmatamento para a devastação do bioma.

Para ela, é preciso avaliar o fato de essa derrubada da floresta ser constante, o que indica que a dinâmica de ocupação do território pode estar pautada pela devastação, e também a característica de não estar concentrada no chamado arco do desmatamento.

Pode estar havendo a pulverização desse pequeno desmatamento fora daquilo que se concentrava anteriormente. Vamos analisar os dados na ponta e com isso verificar se temos ou não uma pulverização e quanto desse desmatamento é legal, porque a gente tem que entender que existe supressão de vegetação legal e vamos ter medidas para coibir de fato a pulverização desse desmatamento”, afirmou a ministra.

Prodes
O Inpe ainda anunciou nesta segunda a atualização do índice do sistema anual de medição da devastação, o Prodes. No fim do ano passado, havia sido estimada uma perda de 6.451 km² de floresta. Agora, após uma análise mais completa, o número foi corrigido para 7.000 km²  - 8,5% a mais do que a estimativa inicial. Ainda assim, continua sendo o menor desde 1988, quando começou a série histórica.

O Prodes é anual e é o número mais preciso produzido pelo instituto espacial brasileiro. O outro  sistema, chamado Deter, é mensal, e, por isso, menos exato. Seu objetivo principal não é a medida de área desmatada, mas o alerta às autoridades ambientais a tempo de ser tomada alguma medida.

Agosto é o que mês marca o início de um novo ciclo do chamado "calendário do desmatamento", que está relacionado com as chuvas e as atividades agrícolas. Até o fim do ano, é provável que as derrubadas diminuam.

(Por Débora Santos, G1, 03/10/2011)


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