O secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski afirmou nesta quarta-feira (28) que o país precisa investir R$ 420 bilhões, nos próximos 20 anos, para universalizar o saneamento básico no Brasil. Os recursos seriam aplicados em abastecimento de água, no esgotamento sanitário, na drenagem urbana e na coleta e destinação dos resíduos sólidos.
A declaração foi dada durante o Congresso Brasileiro de Desenvolvimento Humano, promovido pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara e pela Academia Brasileira de Filosofia.
Tiscoski disse que oito milhões brasileiros ainda não têm água tratada em casa, e é preciso eliminar 1.500 lixões em todo o país.
"Futuramente o saneamento será preventivo, mas hoje é curativo. Temos que eliminar essa chaga que é o esgoto não tratado, a céu aberto. Até 2014 o governo federal deve destinar R$ 85 bilhões para esse setor. O investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está principalmente nas grandes concentrações urbanas, os três estados que mais receberão recursos são São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas todos os estados estão sendo contemplados, de acordo com a densidade populacional", ressaltou.
Reciclagem
Com relação à política de reciclagem, o secretário nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério, afirmou que foram criados criados cinco grupos de trabalho, no contexto da logística reversa, que envolvem cinco cadeias produtivas, entre elas, as de embalegens em geral; de eletroeletrônicos e descarte de medicamentos.
A ideia é que os setores apresentem ao governo uma proposta de logísitca reversa, que é o caminho de volta do resíduo colocado no mercado. A partir da lei, todo o fabricante, importador, distribuidor e comerciante são obrigados a fazer a logística reversa do resíduo daquele produto pós-consumo ou das embalagens dos produtos. "Esperamos o acordo setorial seja concluido no primeiro semestre de 2012".
Silvério apresentou dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, segundo a qual cerca de 50% do municípios do pais dispõem seus resíduos em lixões; 23% dispõem em aterros controlados (um misto entre aterro sanitário e lixão, que não é a laternativa correta), e 27% jogam seus resíduos em aterros sanitários, que é a forma técnica correta.
"Ainda temos uma grande parte dos municípios que dispõem seus resíduos de forma inadequada. Por outro lado, 58% dos resíduos gerados e coletados vão para aterros sanitários, o que é uma boa notícia. As grandes cidades, de uma forma geral, tem essa situação resolvida. Mas a reciclagem é muito pequena. Preciamos de dois esforços, um no sentido de implantar os aterros sanitários, e o outro para fazer a coleta seletiva no país", declarou.
(Por Jaciene Alves, com edição de Regina Céli Assumpção, Agência Câmara, 28/09/2011)