A LLX, braço de logística do grupo EBX, do empresário Eike Batista, decidiu comprar o direito de posse de pequenos agricultores instalados na área que abrigará o Porto do Açu, em São João da Barra, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Segundo o diretor de Sustentabilidade do Grupo EBX, Paulo Monteiro, já foram comprados 40 direitos de posse, e a LLX estaria interessada em adquirir mais propriedades.
A intenção seria garantir que o processo de desapropriação da região aconteça efetivamente, mesmo diante de problemas de documentação apontados por algumas famílias. "Se não fizéssemos nada, os agricultores levariam dois anos para receber esse dinheiro da desapropriação, e alguns poderiam nem conseguir receber", afirmou Monteiro.
De acordo com o diretor da EBX, muitos produtores da região cultivavam em terras não regularizadas, por isso teriam dificuldade para apresentar a documentação e se habilitarem para receber o dinheiro da desapropriação e o direito ao reassentamento.
"A LLX e as outras duas empresas que atuam na região depositam o dinheiro da desapropriação, mas os moradores não conseguem receber, porque na verdade eles cultivavam em terras de usinas de cana de açúcar quebradas, que estavam com as propriedades na Justiça. Então as pessoas que moravam nas terras desapropriadas não terão como mostrar a documentação e retirar o dinheiro", explicou Monteiro.
A EBX informou que o braço de logística estaria pagando o preço mínimo de dois hectares por direito de posse, mesmo para terras com menor extensão, e ainda garantindo aos vendedores uma renda equivalente à média mensal de produção da propriedade por um período de dois anos.
As famílias desapropriadas serão transferidas para um assentamento construído pela LLX em uma antiga fazenda da região. O local será inaugurado oficialmente no próximo dia 15 de outubro. No entanto, das 150 pessoas já habilitadas para serem reassentadas, apenas 15 foram morar no assentamento até agora.
(Por Daniela Amorim, Agência Estado, 28/09/2011)