"A ameaça de mudança climática, causada pelo aumento das temperaturas globais, é o desafio ambiental mais significativo que o mundo enfrenta no começo do século XXI”. A afirmação é da organização ambientalista Greenpeace, na terceira edição do projeto [R]evolução energética: um futuro energético sustentável para Argentina. O relatório foi apresentado na manhã de hoje (21) em entrevista coletiva realizada por Sven Teske, diretor da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Internacional.
No relatório, Greenpeace alerta para a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para manter a temperatura global "dentro de um limite aceitável”. Para isso, a organização destaca que é preciso realizar uma "[r]evolução energética”, já que o principal gás de efeito estufa, segundo o relatório, é o dióxido de carbono (CO2), produzido pelo uso de combustíveis fósseis para energia e transporte.
O informe mostra que, se a Argentina promover o projeto da "[R]evolução energética”, conseguirá reduzir em 80% a emissão de gases de efeito estufa até 2050. "O imperativo de mudança climática exige nada menos que uma [r]evolução energética, uma transformação que já começou ao mesmo tempo que os mercados de energia renovável seguem crescendo.
Na primeira edição mundial da [r]evolução energética, publicada em janeiro de 2007, projetamos uma capacidade renovável global instalada de 156GW [gigawatts] para 2010. No final, haviam sido instalados 158GW. No entanto, é necessário fazer mais”, destaca.
A ideia do projeto é substituir o abastecimento energético atual por um sistema sustentável, ou seja, baseado em recursos renováveis e menos poluentes.
"As tecnologias de energia renovável variam amplamente em seu amadurecimento técnico e econômico, mas existe uma categoria de fontes que oferecem opções cada vez mais atrativas. Estas incluem a energia eólica, a biomassa, a fotovoltaica, a termossolar, a geotérmica, a oceânica e a hidroelétrica. Sua característica comum é que produz quantidades muito pequenas ou nenhuma de gases de efeito estufa e se baseiam em elementos naturais virtualmente inesgotáveis como ‘combustível'”, explica.
De acordo com a organização, são princípios-chave para a transformação energética: implementar soluções renováveis, principalmente através de sistemas energéticos descentralizados; respeitar os limites naturais do meio ambiente; reduzir os combustíveis sujos e não-sustentáveis; criar maior equidade no uso dos recursos; e desvincular o crescimento econômico do consumo de combustíveis fósseis.
Para seguir adiante nesse projeto de mudança energética, a organização ambientalista chama a atenção para a importância de promover algumas políticas e ações no setor.
Greenpeace demanda, por exemplo: eliminação dos subsídios para combustíveis fósseis e energia nuclear; exigência de normas estritas de eficiência para todos os aparatos de consumo, edifícios e veículos; estabelecimento de compromissos vinculantes para energias renováveis e geração combinada de calor e eletricidade; aumento de investimentos em pesquisas e desenvolvimentos de energia renovável e eficiência energética; e divulgação de informações ambientais sobre os produtos consumidos.
O relatório completo sobre o projeto pode ser lido aqui.
(Por Karol Assunção, Adital, 21/09/2011)