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2011-09-20 | Rodrigo

O Brasil iniciou a construção de uma frota de submarinos nucleares para proteger suas vastas descobertas de petróleo em alto-mar. A produção de petróleo da Colômbia está crescendo tanto que está se aproximado da produção da Argélia e pode vir a atingir os níveis da Líbia, pré-guerra, em poucos anos. A Exxon Mobil está fechando novos acordos na Argentina, que recentemente anunciou sua maior descoberta de petróleo desde os anos 80.

Por todas as Américas, a história é semelhante: uma plataforma chinesa está se preparando para perfurar em águas cubanas; uma autoridade canadense sugeriu que os americanos desempregados poderiam se mudar para o norte, para ajudar a preencher as dezenas de milhares de vagas de trabalho nas reservas de areias betuminosas do Canadá; e um dos novos pontos mais disputados no hemisfério fica nos Estados Unidos, em uma formação de xisto nas pradarias de Dakota do Norte, que está produzindo 400 mil barris por dia e faz parte de uma mudança maior, que poderia reduzir a dependência americana de petróleo do Oriente Médio.

Pela primeira vez em décadas, o prêmio emergente de energia global pode estar nas Américas, para onde as companhias petrolíferas ocidentais estão voltando sua atenção, em uma corrida para explorar campos petrolíferos cobiçados.

“Esta mudança que está ocorrendo é histórica, lembrando o período antes da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos e seus vizinhos no hemisfério eram a principal fonte de petróleo do mundo”, disse Daniel Yergin, um americano historiador do petróleo. “Até certo ponto, nós veremos um novo reequilíbrio, com o Hemisfério Ocidental voltando à autossuficiência.”

O boom de petróleo do hemisfério é ainda mais notável considerando que duas de suas potências tradicionais de energia, a Venezuela e o México, estão praticamente de fora, devido à entranhada nacionalização de recursos.

Acredita-se que a Venezuela atualmente tenha reservas de petróleo maiores que as da Arábia Saudita, a colocando no topo do ranking da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Se o país estivesse mais aberto ao investimento estrangeiro, ele faria a balança pender ainda mais na direção do hemisfério.

Exatamente como o crescente poderio de petróleo das Américas poderia reequilibrar a geopolítica de energia permanece uma pergunta aberta. O Oriente Médio ainda pode influenciar enormemente os preços do petróleo, seus campos de petróleo costumam ser mais baratos para desenvolver e alguns países na região contam com grandes reservas.

Além disso, as Américas ainda disputam investimentos com outras regiões ricas em petróleo, como a porção do Oceano Ártico da Rússia e as águas do Leste da África. Preocupações de segurança como o sequestro dos trabalhadores de petróleo poderiam, como no passado, impedir a Colômbia de continuar aumentando a produção. E questões ambientais e financeiras apresentam desafios persistentes ao rápido crescimento da produção de petróleo do hemisfério.

Mesmo assim, as novas explorações de petróleo nas Américas sugerem que a tecnologia pode estar superando a geologia, especialmente nas duas maiores economias da região, os Estados Unidos e o Brasil.

As formações rochosas no Texas e em Dakota do Norte eram consideradas propostas em grande parte infrutíferas antes de métodos de exploração controversos, envolvendo perfuração horizontal e fratura hidráulica –o jateamento de água, produtos químicos e areia nas rochas para liberar o petróleo em seu interior, conhecido como “fracking”– ganharem força.

Apesar da contaminação das reservas de água devido à fratura hidráulica ser motivo de forte debate ambiental, a tecnologia já está revertendo o longo declínio da produção de petróleo nos Estados Unidos, com a produção geral em locais onde o petróleo está contido em xisto e outras rochas podendo ultrapassar 2 milhões de barris por dia até 2020, segundo algumas estimativas.

Os Estados Unidos já produzem aproximadamente metade de suas necessidades de petróleo, de modo que o aumento poderia ajudar o país a diminuir ainda mais sua dependência de petróleo estrangeiro.

Os desafios para extração nos novos campos em alto-mar do Brasil, localizados sob 1.800 metros de água e camadas de sal formadas pela evaporação dos oceanos antigos, são ainda maiores. A Petrobras, que ambiciona ultrapassar a Exxon Mobil como maior petrolífera com ações na bolsa, está investindo mais de US$ 200 bilhões para atingir suas metas.

"O Brasil se tornará uma potência do petróleo até o final da década, com produção semelhante à do Irã”, disse Pedro Cordeiro, um consultor de energia daqui para a Bain & Co., que vê a produção de petróleo do país subindo para 5,5 milhões de barris por dia até 2020.

Atrasos de construção poderiam atrasar a expansão do Brasil em alto-mar. Mas indústrias ressurgentes relacionadas ao boom do petróleo, como construção naval, e esforços estratégicos como a construção de submarinos nucleares para defesa dos poços de petróleo, ressaltam o plano do Brasil de usar seus recursos de energia para projetar poder global a partir deste hemisfério.

“Em nenhum outro lugar no planeta se vê este tipo de investimento”, disse Marcio Mello, um ex-geólogo da Petrobras que agora é presidente-executivo da HRT, uma nova petrolífera com sede aqui. “Esta década é a nossa chance de ascender.”

O otimismo é abundante aqui, e até mesmo um pouco de excesso de confiança pode surgir na conversa. Mesmo assim, analistas de petróleo dizem que o novo perfil de energia do hemisfério já está mudando a influência que a Opep teve por muito tempo.

O Canadá, por exemplo, já é o maior exportador de petróleo para os Estados Unidos, seguido pelo México. Além disso, a produção das areias betuminosas do Canadá pode vir a quase dobrar para 3 milhões de barris por dia até 2020, e há um esforço para construção de um oleoduto até a Costa do Golfo provocando um debate ambiental.

Investidores de outras regiões, notadamente as companhias petrolíferas chinesas, também estão investindo nos campos de petróleo do hemisfério, seja nos campos do pré-sal do Brasil ou de rochas nos Estados Unidos. Eles buscam assegurar novas fontes de oferta ou adquirir experiência, que os ajudaria a explorar formações rochosas semelhantes dentro de suas próprias fronteiras.

Os Estados Unidos e o Brasil não se entendem em todos os assuntos –o governo Obama ainda hesita em endossar a ambição do país de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU– mas as duas maiores economias do hemisfério estão fortalecendo os laços de energia, solidificando ainda mais um relacionamento econômico já em expansão.

À medida que os Estados Unidos passaram a reduzir suas importações da Opep em mais de um milhão de barris por dia desde 2007, Brasil e Colômbia despontaram como principais fornecedores para o mercado americano, ultrapassando o Kuwait.

O presidente Barack Obama visitou o Brasil em março, se recusando a adiar a viagem apesar da guerra na Líbia, enfatizando enquanto estava aqui que sua intenção é de que os Estados Unidos sejam um “grande consumidor” do petróleo do Brasil assim que a produção aumente nos novos campos.

As autoridades americanas vieram novamente para negociações em agosto, se concentrando na exploração em alto-mar e na cooperação em biocombustíveis. Os Estados Unidos estão próximos de superar o Brasil como maiores exportadores de etanol do mundo, uma mudança significativa, e os produtores americanos podem até aumentar sua exportação de etanol de milho para o Brasil.

A mudança deriva de fatores que incluem uma safra mais fraca de cana-de-açúcar, que é usada pelo Brasil para produção de etanol, e os custos em alta de terras e mão-de-obra.

A capacidade do hemisfério de atender a demanda por combustíveis a partir de fontes de nova importância, sejam agrícolas ou formações de xisto, é supostamente o que o torna competitivo com países como o Iraque e a Líbia, que possuem reservas convencionais abundantes, mas enfrentam obstáculos para extrair o petróleo do solo.

“A turbulência no Oriente Médio é quase sempre ruim para a produção de petróleo”, disse Amy Myers Jaffe, diretora associada do Programa de Energia da Universidade Rice. “Isso deve deixar nervosos os megafornecedores do mundo, já que o pêndulo já começou a se mover nessa direção.”

(Por Simon Romero, com tradução de George El Khouri Andolfato, The New York Times / UOL, 20/09/2011)


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