Em 2010, foram 9 mil hectares; este ano, aproximadamente 32 mil. Em apenas uma semana, fogo devastou 21 mil hectares, diz bombeiro
As queimadas registradas no Distrito Federal entre o dia 16 de maio deste ano, data do primeiro incêndio na estação de seca, até esta quinta-feira (15) destruíram uma área de 32 mil hectares de cerrado, segundo o Corpo de Bombeiros. A área destruída é 255,5% maior que a afetada por incêndios no ano passado, quando 9 mil hectares do cerrado foram queimados.
De acordo com os bombeiros, a devastação deste ano se intensificou após o dia 7 de setembro, quando as grandes queimadas começaram a acontecer. Em uma semana, aproximadamente 21 mil hectares foram perdidos.
Os bombeiros dividiram os incêndios de grande porte em duas áreas. Um delas, onde o fogo alcançou 15 mil hectares, é formada pela região da Base Aérea, Jardim Botânico, Fazenda Água Limpa e Reserva do IBGE.
A Floresta Nacional de Brasília (Flona) foi outra área bastante afetada. Entre os dias 8 e 13 de setembro, teve 6 mil hectares devastados.
Para o major Mauro Sérgio, do Corpo de Bombeiros, o aumento no alcance das queimadas não se deve à falta de equipamentos, homens ou planejamento. “Com a temperatura alta, umidade baixa e ventos fortes, a propagação foi muito rápida. Essas são ocorrências muito difíceis de combater, a vegetação queima muito rápido.”
De acordo com o major, o trabalho de prevenção é feito com a realização de aceros (queimada controlada) e divulgação de informação entre a população que mora em áreas próximas às unidades de preservação. Segundo ele, porém, o trabalho precisa ser intensificado.
“Fala-se em combustão espontânea, o fenômeno existe, mas é bastante raro. Verificamos que o fogo geralmente é causado pelo homem, de forma acidental ou não.” US$ 1,9 milhão é o custo de cada avião comprado pelos Bombeiros para combater incêndios florestais
Reforço de equipamentos
O Corpo de Bombeiros já se prepara para a seca de 2012 com a compra de duas aeronaves Air Tracktor 802F. Vindas dos Estados Unidos, elas foram customizadas paras as demandas de combate a incêndios no DF e custaram US$ 1,9 milhão cada. A primeira já está no hangar da corporação; a segunda está prevista para chegar em novembro.
O modelo, que atinge velocidade de até 250 km/h, pode carregar 3,1 mil litros de água e voar ininterruptamente por até sete horas. O major Helon Florindo contou que pistas de terra com cacimbas d’água serão construídas em pontos considerados críticos, como o Parque Nacional e a Reserva do IBGE.
“Com os aviões, o DF vai estar todo coberto com voos de até cinco minutos. Com isso, a possibilidade de grandes incêndios como os que vimos este ano vão diminuir muito”, falou o sargento Florindo.
Atualmente, os bombeiros trabalham com dois aviões de monitoramento que sobrevoam o Distrito Federal e avisam as equipes em terra dos focos de incêndio. O fogo é combatido por terra. Dois helicópteros auxiliam no transporte dos militares. Há ainda uma avião equipado com UTI móvel.
(Rafaela Céo, G1, 16/09/2011)