Descoberta da Universidade de Kyushu, no Japão, pode tornar energia eólica mais barata que as fontes fósseis e nucleares sem precisar aumentar tamanho dos geradores
A energia eólica, apesar de limpa, é muitas vezes considerada uma alternativa pouco prática às fontes fósseis, pois além de mais cara, necessita de muito espaço para gerar eletricidade. Mas essa visão pode mudar com uma nova descoberta da Universidade de Kyushu, no Japão, que revelou que uma nova tecnologia eólica pode triplicar a produção energética das turbinas sem a necessidade de aumentá-las de tamanho. O novo método poderá revolucionar a produção energética e tornar nosso futuro muito mais limpo.
De acordo com Yuji Ohya, líder da pesquisa, a lente eólica – como é chamada a nova tecnologia desenvolvida – consiste em um anel e circunscreve a área das pás dos geradores, e foca, direciona e acelera o fluxo de ar nas lâminas, o que permite que o sistema gere entre duas e três vezes mais energia que as turbinas comuns.
Além disso, a estrutura de 112 metros de diâmetro reduz a poluição sonora produzida pelos geradores e aumenta também a segurança do sistema. Segundo Yuji Ohya, o melhor uso dessa estrutura eólica é offshore, e seu design, criado na Exibição Internacional de Energias Renováveis de Yokohama em 2010 tem uma plataforma hexagonal, dispondo as turbinas em uma formação de colmeia, o que as torna muito mais adaptáveis a locais de difícil acesso.
A nova tecnologia, além de melhorar a produtividade dos geradores eólicos, tornaria também a eletricidade eólica mais prática e aplicável, já que a mesma áreaconstruída poderia produzir até três vezes mais energia.
Ainda assim, segundo especialistas, para gerar toda a sua eletricidade a partir da energia eólica com a nova estrutura, os EUA precisariam de 440 mil km2, o equivalente a 25% do estado do Alaska. Com certeza, uma área ainda muito grande, mas que deve ser diminuída com o desenvolvimento de outras tecnologias.
Por fim, a nova estrutura também reduz o preço da eletricidade eólica, colocando-a em vantagem competitiva com o carvão e as fontes nucleares, já que os custos da energia eólica passariam ser menores que as fontes fósseis e nucleares mesmo sem os subsídios governamentais.
Alguns exemplares da estrutura já estão sendo testados nas dependências da universidade.
(Por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil, com informações de agências internacionais, 12/09/2011)