Os 18 ativistas do Greenpeace, presos nesta quarta-feira, 31, após protesto pacífico na sede da petroleira OGX, do bilionário Eike Batista, já foram liberados pela polícia. Os ativistas permaneceram duas horas na delegacia e poderão ser acusados por invasão de domicilio. Por sua vez, o Greenpeace denunciará a OGX por agressão contra os manifestantes, após truculenta reação da equipe de segurança da empresa.
Sem que nenhum executivo da OGX recebesse os ativistas, a manifestação terminou com uma cena cinematográfica. Uma tropa de choque isolou a área do edifício, no centro do Rio, e arrastou os manifestantes à força. Na confusão, até a imprensa foi levada para a delegacia.
Sem um posicionamento claro ao pedido do Greenpeace, a OGX reagiu com violência durante as mais de nove horas de protesto. Bloqueou os ativistas no saguão do edifício e cobriu a área com uma lona preta para evitar que jornalistas registrassem as imagens. A empresa também proibiu a entrada de comida e água. No fim do dia, as luzes foram desligadas e os ativistas ficaram no escuro.
Sob pressão, a OGX produziu às pressas uma nota que foi divulgada no início da tarde. Nela, a empresa respondia de forma muito vaga a carta do Greenpeace, enviada em 26 de julho passado, em que explicava a necessidade de uma moratória da exploração de petróleo e gás em Abrolhos. No comunicado, a petroleira de Eike Batista alega “respeitar a legislação ambiental vigente”. O mínimo que se esperava.
Por outro lado, a OGX afirma que seus blocos, distantes 150 km do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não oferecem riscos ao Parque, o que demonstra completo desconhecimento dos estudos científicos sobre a biodiversidade da região.
Sem o apoio de Eike Batista à preservação de Abrolhos, o Greenpeace seguirá adiante sua campanha até que todas as empresas decidam aderir à proposta de moratória de exploração de petróleo em Abrolhos.
Nesta cruzada, sua ajuda é muito importante. Assine a petição e mostre que você também quer decidir sobre o futuro deste patrimônio natural do Brasil: www.deixeasbaleiasnamorarem.com.br.
(Greenpeace, 31/08/2011)