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exxon mobil petróleo no ártico ártico
2011-08-31 | Rodrigo

A Exxon Mobil conquistou um prêmio cobiçado na indústria global de petróleo na terça-feira, com um acordo para exploração de petróleo na porção russa do Oceano Ártico, que está aberta para exploração de petróleo, enquanto as águas do Alasca permanecem fora dos limites.

O acordo pareceu substituir um outro semelhante, mas fracassado, que a companhia de petróleo estatal russa, Rosneft, tentou fechar com a gigante de petróleo britânica BP neste ano – com poucas diferenças notáveis.

Enquanto a BP planejava um swap de ações, a Exxon, que tem sede no Texas, concordou em dar à Rosneft ativos em outros lugares, incluindo alguns que a Exxon possui em zonas de águas profundas no Golfo do México e em terra no Texas.

Ao anunciar o acordo em uma assinatura surpresa no resort russo de Sochi, o primeiro-ministro Vladimir Putin descreveu uma ampla aliança global – e um investimento potencialmente vasto por parte da Exxon no Ártico russo. “A escala do investimento é muito grande”, disse Putin. “É assustador proferir números tão grandes.”

Mas apesar das agências de notícias russas terem dito que Putin declarou os investimentos potenciais por parte de ambas as empresas como chegando a US$ 500 bilhões, representantes da Exxon disseram que os números, ao menos inicialmente, provavelmente seriam de dezenas de bilhões de dólares.

Para a Exxon, que é a maior empresa americana e uma empresa que se tornou independente da Standard Oil original, o acordo significa se aprofundar ainda mais no ambiente de negócios arriscado da Rússia. Como resultado do acordo, que certamente exigirá análise de Washington, mais investimentos da empresa e futuros lucros dependerão em parte das políticas estabelecidas pelo Kremlin.

A Rússia já renegou acordos com companhias de petróleo ocidentais antes. Em 2006, por exemplo, ela pressionou a Shell a vender 50% do projeto de exploração de gás e petróleo na costa de Sakhalin para a Gazprom, uma estatal – após a Shell per gasto uma década e mais de US$ 20 bilhões de seu próprio dinheiro e de outros investidores para construção da infraestrutura do projeto.

Até agora, o principal investimento da Exxon na Rússia era o acordo de produção conjunta na Ilha Sakhalin, na costa leste da Rússia. Esse acordo, que oferece isenção de impostos locais e fornece ao governo russo uma parte do petróleo extraído, é considerado menos arriscado do que o acordo fechado na terça-feira.

Segundo o novo acordo, a estatal Rosneft pode se tornar uma semiproprietária das operações de extração de petróleo nos Estados Unidos. Essas operações poderiam incluir dois dos métodos mais controversos de extração de petróleo do setor – extração de petróleo em águas profundas no Golfo do México e o uso da técnica chamada fraturamento hidráulico em solo. Os russos desejam aprender sobre os dois tipos de perfuração para uso em casa.

O acordo da Rosneft também seria uma das tentativas mais significativas de uma empresa de um país que não é aliado dos Estados Unidos para aquisição de campos de petróleo americanos desde que a Cnooc, a grande companhia de petróleo chinesa, tentou comprar a Unocal, a empresa de petróleo da Califórnia.

Apesar de não ter sido formalmente proibido, o acordo fracassou em 2005, depois que membros do Congresso criticaram a potencial aquisição pelos chineses de ativos de petróleo americanos.

O fato de uma empresa americana conseguir fechar o acordo com a Rosneft também pode sugerir que a política de distensão do governo Obama em relação à Rússia, conhecida como “reset”, pode beneficiar as empresas americanas, disse Cliff Kupchan, um analista sênior da consultoria Eurasia Group.

O Exxon-Rosneft, se concluído, contribuiria para a antiga meta da indústria do petróleo russa de diversificar internacionalmente. Ele permitiria à Rússia fazer isso, usando o acesso às reservas domésticas para obter o capital necessário e a know-how tecnológico.

A economia russa é dependente do petróleo para 60% de sua receita de exportação. As políticas aqui também são importantes para a oferta mundial de petróleo, já que a Rússia agora extrai mais petróleo do que a Arábia Saudita. Mas os campos russos em terra na Sibéria estão em declínio, ameaçando a prosperidade e a força geopolítica proporcionada pela riqueza do petróleo na última década.

Apesar das diversas descrições do valor potencial geral do acordo, um “fact sheet” (resumo) divulgado pelas empresas indicou um compromisso inicial de investir US$ 3,2 bilhões na exploração do Mar de Kara, que fica entre a costa norte da Rússia europeia e o arquipélago Novaya Zemlya.

Antes considera inútil e obstruído por gelo, o Mar de Kara agora conta com a atenção das companhias de petróleo. Isso se deve em parte ao aparente recuo do gelo –possivelmente um resultado do aquecimento global– que facilitaria a exploração e extração.

Neste ano, a Gazprom, a gigante russa de gás natural, deslocou uma plataforma para a área rasa do mar. Mesmo assim, os cientistas russos dizem que a extensão das banquisas varia enormemente de um verão para outro, e as condições permanecem impiedosas durante os longos meses da noite polar.

Nas águas além da costa do Alasca, a exploração de petróleo permanece em grande parte proibida devido às restrições ambientais e aos processos impetrados por organizações de conservação.

A tentativa da Rosneft de fechar um acordo semelhante com a BP fracassou neste ano porque a empresa britânica tinha um joint venture com um grupo separado de investidores privados russos, que bloquearam o acordo com a Rosneft em um tribunal internacional. O colapso foi um embaraço para Putin, que endossou o acordo BP-Rosneft.

Após o fracasso do acordo, o ônus passou a ser da Rússia de demonstrar que poderia manter um acordo, disse Kupchan, o analista. “Eles escaparam impunes com a BP, porque o acordo foi visto como a BP tendo duas esposas russas”, ele disse.

A Exxon, por sua vez, não apresenta cláusula de exclusividade com algum concorrente na Rússia que poderia ser levada aos tribunais.

Mesmo assim, se a participação da Rosneft em projetos americanos provocar objeções nos Estados Unidos, o investimento da Exxon na Rússia também poderia ficar vulnerável. As autoridades russas dizem que a reciprocidade, ou a dependência mútua, é uma condição para o investimento estrangeiro em seus campos de petróleo.

Igor Sechin, um vice-primeiro-ministro na Rússia e uma das principais autoridades de energia do país, disse que a Rosneft obteria participação em pelo menos seis campos de petróleo nos Estados Unidos. Ele disse que o valor desses ativos seria “proporcional” aos que a Exxon teria na Rússia.

Alan T. Jeffers, um porta-voz da Exxon, disse que a Rosneft estaria sujeita à mesma supervisão regulatória nos Estados Unidos que qualquer outra companhia de petróleo.

Para a Rússia, o acordo é resultado de uma nova abertura ao investimento estrangeiro em seu setor de petróleo, que visa tratar da queda na produção na Sibéria. O Kremlin abriu negociações no ano passado com companhias de petróleo ocidentais, cujas perspectivas no outro lado do Oceano Ártico –acima do Alasca e do Canadá– diminuíram ao menos temporariamente com a moratória de exploração de petróleo em alto-mar, após o vazamento de petróleo da BP no Golfo do México.

O Departamento do Interior dos Estados Unidos reduziu recentemente as restrições, ao conceder à Shell uma aprovação condicional para perfuração de poços exploratórios no Oceano Ártico, além da costa do Alasca, a partir do ano que vem.

Mas os reguladores americanos e canadenses temem os obstáculos especiais no Ártico. A camada de gelo e os icebergs representam ameaças às plataformas de petróleo e às equipes. E se ocorrer vazamento de petróleo no inverno, a limpeza ocorreria na escuridão total que envolve a região durante aqueles meses.

Mesmo assim, o Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos estima que o Ártico tenha um quinto das reservas mundiais de gás natural e petróleo não descobertas e que podem ser extraídas.

(Por Andrew E. Kramer, com tradução de George El Khouri Andolfato, The New York Times / UOL, 31/08/2011)


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