A organização Greenpeace afirmou nesta segunda-feira que escolas e regiões distantes até 60 km das usinas nucleares de Fukushima atingidas por terremoto e tsunami em março não são seguras para crianças, apresentando níveis de radiação até 70 vezes mais alto que o permitido.
O grupo ambiental colheu amostras em três escolas da cidade de Fukushima e seus arredores, indo além do raio de 20 km isolado pela empresa responsável Tokyo Electric Power.
"Nenhum pai deveria ter que escolher entre exposição a radiação e educação para seus filhos", disse Kazue Suzuki, líder do projeto antinuclear no Japão.
O governo japonês já tomou medidas para descontaminar escolas na cidade, que foram consideradas "deploráveis e inadequadas" pelo Greenpeace. Entre elas, houve o aumento do nível de radiação permitido para 1 microsievert por hora nas instituições de ensino. Os padrões internacionais permitem 0,11 microsievert por hora.
A organização disse que mediu dentro de três escolas níveis até 70 vezes mais altos que o padrão internacional, superando, inclusive, o valor estipulado pelo governo.
Por isso, o Greenpeace pediu às autoridades que atrasem a volta dos estudantes planejada para ocorrer no primeiro dia de setembro após as férias de verão e realocá-los para cidades que não estejam contaminadas até a radiação baixar.
A prefeitura de Fukushima se recusou a atender os apelos, dizendo que as escolas estavam seguras segundo normas do governo. "Terminamos de descontaminar as escolas e elas não apresentam mais níveis altos de radiação", disse o porta-voz Yoshimasa Kanno. Segundo ele, não reabrir mais de cem instituições com base nas medições de três locais seria irrazoável.
(Reuters / Folha Online, 29/08/2011)