A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) disse hoje (23) que as reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina são justas, após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff. Eles estão mobilizados nesta semana em 20 estados e no Distrito Federal pedindo solução para o endividamento de assentamentos e o assentamento de mais de 60 mil famílias hoje acampadas em todo país.
"Gente, as dívidas são reais", disse a senadora que deve ingressar no futuro partido PSD, que se declara "independente" no Congresso Nacional.
Ao comentar a necessidade de uma política agrícola capaz de não penalizar os produtores, assunto tratado na reunião com a presidenta, Kátia Abreu chegou a pregar a "união" em meio às dificuldades.
"É preciso se unir na dificuldade e encontrar um modelo para cada tipo de agricultor no Brasil", disse a senadora, recebida por Dilma Rousseff e pelo ministro da Agricultura Mendes Ribeiro, em sua primeira agenda de trabalho com Dilma.
A senadora disse que a política agrícola precisa ser inclusiva. "Somente 10% dos agricultores brasileiros fazem parte do chamado agronegócio. É preciso aumentar esse número. Existe um número muito grande de agricultores no país com uma renda muito baixa".
No encontro com Dilma, Kátia assumiu o compromisso de não se opor ao governo na votação do Código Florestal no Senado, pauta polêmica que divide ambientalistas e ruralistas.
"Nós estamos dispostos a conversar para construir um consenso, que fique bom para os ambientalistas e para o pessoal do agronegócio", comentou a senadora que também disse não saber sobre a ocupação de prédios públicos promovida hoje pelo MST em todo país, inclusive, no prédio do Ministério da Fazenda.
"Eu não sabia que tinham invadido o ministério, vocês estão me contando agora. Ela [presidente Dilma] não comentou nada", disse a senadora.
(Por Luciana Lima, com edição de Rivadavia Severo, Agência Brasil, 23/08/2011)