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empresa renova energia parques eólicos potencial eólico brasileiro
2011-08-19 | Rodrigo

'O nosso objetivo é financiar o máximo possível desse investimento, buscando recursos no BNDES e no Banco do Nordeste (BNB)', diz executivo da empresa

A Renova Energia prevê investimentos de R$ 725 milhões na construção de nove usinas eólicas que venderam suas ofertas no leilão de energia nova que contratou a demanda do mercado cativo em 2014 (A-3), realizado ontem. "O nosso objetivo é financiar o máximo possível desse investimento, buscando recursos no BNDES e no Banco do Nordeste (BNB)", comentou o diretor Administrativo-Financeiro de Relações com Investidores, Pedro Boas Pileggi.

No leilão realizado ontem, a Renova negociou 103,8 MW médios de nove usinas eólicas localizadas na Bahia, totalizando uma capacidade instalada 212,8 MW. O preço de venda da energia foi de R$ 98,53/MWh. Os contratos firmados no certame terão duração de 20 anos, com início de fornecimento em março de 2014. Ao preço atual, os projetos terão uma receita brutal anual de R$ 91,6 milhões - o contrato será reajustado anualmente pelo IPCA.

De acordo com o executivo, três fatores explicam o preço de R$ 98,53/MWh obtido pelos projetos na Renova no leilão. Um deles é alto fator de capacidade das usinas - quanto maior esse fator, maior a geração de energia de um projeto eólico. "As nossas usinas eólicas têm um fator de capacidade superior um pouco superior a 50%", revelou Pileggi.

Adicionalmente, as nove usinas serão construídas pela Renova no sítio eólico localizado no município de Caetité, onde a companhia já está implantando os parques eólicos que venderem energia nos leilões de 2009 e 2010. "Com isso, conseguimos extrair uma série de sinergias, como nas estradas de acesso, nas linhas de transmissão e na questão dos fornecedores", justificou. A empresa negociou 456 MW nos leilões de 2009 e 2010.

O terceiro fator citado por Pileggi é a grande experiência da Renova no desenvolvimento de usinas eólicas, o que permite trazer ganhos de engenharia aos seus projetos. A soma desses fatores contribuiu para que a empresa, embora tenha comercializado a energia a um preço aparentemente baixo, tenha obtido uma taxa interna de retorno real de dois dígitos. "A taxa interna de retorno é um pouco superior a 13%", revelou o executivo.

Hoje, os nove projetos já dispõem da licença prévia ambiental (LP), documento que era pré-requisito para entrar no leilão A-3. Agora, a Renova irá atrás da licença de instalação, que permitirá o início das obras. Em paralelo, a companhia irá definir os termos finais do contrato de compra de equipamentos com a GE. "Para os nove projetos, iremos adquirir 126 aerogeradores", afirmou. O custo por MW instalado das novas usinas é de R$ 3,4 milhões.

Leilão de reserva
Pileggi disse que a Renova também disputou o leilão de energia de reserva, que foi realizado hoje. Para a disputa dos leilões A-3 e de reserva, a companhia havia inscrito 424 MW, dos quais 212,8 MW foram comercializados. "Nós chegamos a disputar o leilão de reserva, mas por uma questão estratégia e para preservar a nossa rentabilidade, nós decidimos sair no final do certame", argumentou.

O executivo disse que os 212,8 MW comercializados eram das usinas classificadas pela Renova como as mais competitivas. Para os outros 211,8 MW que não foram negociados nas licitações dessa semana, a intenção da empresa é vender essa energia ou no mercado livre ou cadastrar no leilão de energia nova que contratará do mercado cativo em 2016 (A-5), que deverá ser realizado pelo governo federal em dezembro deste ano.

Com os 212,8 MW contratados no leilão A-3 de ontem, a Renova alcançou um volume de 1,069 mil MW de energia eólica já comercializada, em contratos no mercado cativo e com a Light. "Isso nos coloca como a maior empresa do País com projetos eólicos", disse o executivo. O primeiro projeto eólico da companhia está previsto para estar concluído em outubro de 2011. Recentemente, a Light ingressou no capital social da Renova, detendo uma participação acionária de 26,2% na empresa.

(Por Wellington Bahnemann, Agência Estado, 18/08/2011)


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