Um vazamento de petróleo que contaminou milhares de quilômetros quadrados no Golfo de Bohai (nordeste de China) se revelou mais importante do que o calculado, afirmou nesta sexta-feira (12) a sociedade americana ConocoPhillips, que prometeu limpar a mancha negra antes do final de agosto.
A ConocoPhillips havia considerado que uma quantidade de 1.500 barris de petróleo e lodos contaminantes vazaram de duas plataformas que operam no mar em sociedade com estatal chinesa CNOOC. Em um comunicado, a ConocoPhillips indicou que, de fato, o vazamento equivale a mais de 2.100 barris.
"A ConocoPhillips Chine registra avanços importantes nas operações de limpeza", afirmou Georg Storaker, presidente da unidade chinesa.
A administração de Estado da China, encarregada da gestão dos oceanos, acusou no início de agosto a ConocoPhillips de demorar nas operações de limpeza. O vazamento só foi divulgado semanas depois, agravando as possíveis consequências para a saúde humana e o meio ambiente.
Em julho de 2010, a explosão de dois oleodutos no nordeste da China provocou o vazamento de 1.500 toneladas de petróleo no mar, segundo o governo, mas, de acordo com o Greenpeace, o derramamento pode ter sido 60 vezes mais importante.
Impacto
Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Tianjin afirma que o desenvolvimento da atividade petrolífera em alto mar (classificada como offshore) coloca em risco a biodiversidade na costa chinesa.
O governo criou um plano de investimentos na atividade marítima no intuito de aumentar em 13,5% a produção entre 2006 e 2010, elevando a participação no PIB nacional.
Em entrevista ao periódico "China Daily", o professor Sun Baocun afirma que a aceleração desta atividade pode aumentar a poluição industrial. A reportagem afirma ainda que se o país continuar explorando recursos naturais de forma inconsequente, o Mar de Bohai "se tornará um mar morto, com nenhuma criatura viva".
(G1, com informações da France Presse e do China Daily, 12/08/2011)