(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
mercado de carbono plano climático emissões de co2
2011-07-19 | Mariano

Depois do fracasso antecipado do Protocolo de Kyoto, pouco a pouco vai caindo por terra o engodo do "mercado de carbono". Menina dos olhos da indústria fóssil em tempos de mudança climática, o comércio de cotas para emissão sempre foi visto como um paliativo econômico para um problema que está muito além dos lucros e prejuízos. Agora, além da crítica científica de que o esquema para legalizar emissões não ajuda um planeta que acumula CO2 em sua atmosfera, ganha força a suspeita de que o sistema de cotas é sobretudo ineficaz para reduzir o volume de gases emitidos.

Em Julho a ONG Carbon Tracker, uma iniciativa internacional que monitora investimentos da chamada economia do carbono, publicou um estudo amplo com uma conclusão contundente. "Os mercados de capitais continuam valorizando carvão, petróleo e gás sem nenhum limite de quanto pode ser queimado, perpetuando o ciclo de investimentos em combustíveis fósseis".

O estudo utiliza dados estimados por pesquisadores do Potsdam Institute da Alemanha. Estes indicam que se o mundo quiser evitar um aquecimento acima de 2,4 graus Célsius, então deve emitir no máximo 886 bilhões de toneladas de CO2 entre 2000 e 2050. Como 321 bilhões de toneladas já foram despejadas na atmosfera entre 2000 e 2010, existem apenas outras 565 bilhões de toneladas para os próximos 40 anos. Ou seja, se depender desses cálculos o mundo terá que cortar suas emissões nominais em 80% até a metade da próxima década.

E essa estimativa é só uma parte da equação. Cientistas sabem que cerca de 40% dióxido de carbono produzido hoje vai ficar na atmosfera pelo menos até o ano 3000, o que compromete ainda mais a margem de manobra dos que se dizem determinados a combater o aquecimento global.

A "bolha de carbono" referida pela Carbon Tracker não é nenhuma novidade. Dados e notícias vem sendo publicados esparsamente, informando sobre novos projetos de exploração fóssil em todo o mundo (Austrália, Brasil, Índia, China, Inglaterra, Alemanha, África do Sul etc). O que faltava era uma análise de tendências do significado desses dados em um contexto global.

Raros jornalistas independentes detectaram a imensa contradição entre o discurso e a prática na luta contra a mudança do clima. Dentro das grandes redações brasileiras, que nesse aspecto parecem um deserto, impera a total falta de inteligência, abdicada em favor dos pronunciamentos oficiais.

O que o economista britânico, Nicholas Stern, chamou de o "maior fracasso do mercado na história", continua parecendo uma coisa de outro planeta, visto o silêncio quase absoluto. O relatório da Carbon Tracker indica que o problema básico está nos mecanismos reguladores, em última instância os governos. "Muitos investidores estão apostando em reservas de combustíveis fósseis simplesmente como resultado da estrutura do mercado financeiro, onde o foco no retorno a curto prazo perpetua o status quo", explica o estudo.

Acima de tudo, e da mesma forma que o sistema financeiro convencional, mecanismos de investimento continuam carecendo de regulação, transparência e estabilidade a longo prazo. "A mudança climática constitui uma imporante fonte de risco, que investidores institucionais devem monitorar, gerenciar e agir juntamente com políticos no sentido de proteger seus ativos", receita Will Oulton, gerente de investimentos da agência Mercer e vice-presidente do Fórum Europeu de Investimento Sustentável (Eurosif).

Por Mariano Senna, Ambiente JÁ, 19/07/2011


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -