Os italianos votaram contra a privatização da água em um referendo realizado nos dias 12 e 13 de junho. A votação, que não é obrigatória, contou com a participação de 57% dos eleitores.
Um total de 95,7% dos eleitores votaram pela abolição de dois artigos legais que estabeleciam a possibilidade de privatizar os serviços públicos municipais, incluindo o abastecimento de água, e a definição de tarifas em função do capital investido.
A lei agora revogada estabelecia que o abastecimento de água teria que ser gerido exclusivamente por empresas privadas ou administração público-privada, na qual o investidor privado teria que ter sempre uma participação superior a 40 por cento. Por outro lado, as autoridades locais responsáveis pelo abastecimento de água teriam de reduzir gradualmente a sua participação em empresas público-privadas até um máximo de 30 por cento no final de 2015.
O referendo foi uma conquista da mobilização popular em torno do Fórum Italiano do Movimento pela Água, que começou no ano passado e conseguiu montar um comitê em cada cidade do país. Em três meses, foram recolhidas mais de 1,4 milhão de assinaturas pedindo a realização do referendo.
Na Itália, o referendo só tem validade se dele participar mais de 50% da população. Nos últimos 16 anos nenhum referendo tinha conseguido chegar a ser válido. A votação representa uma derrota para o primeiro ministro Sílvio Berlusconi, que chegou a defender que a população se abstivesse de votar.
Além de votar contra a privatização da água, os italianos também recusaram a produção de energia nuclear e aboliram a imunidade judicial para governantes.
(Mab Nacional, 27/06/2011)
*Com informações do site Ambiente Online