A autorização que permite o funcionamento da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) em Santa Cruz (zona oeste do Rio) é provisória e vai expirar em 28 de setembro de 2012. Para conseguir a licença definitiva, a siderúrgica precisa resolver problemas ambientais, de acordo com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), órgão da secretaria estadual do Ambiente responsável pela autorização.
A presidente do instituto, Marilene Ramos, participou de audiência pública promovida nesta terça-feira por uma comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio, criada para investigar possíveis irregularidades no processo de licenciamento da indústria.
Segundo Marilene, a CSA só terá sua licença definitiva concedida quando solucionar todos os problemas ambientais, como a emissão de partículas. "A empresa precisa se adequar a todas as normas ambientais e corrigir os eventuais problemas que poderão ser apresentados pela auditoria que está sendo feita na companhia."
A deputada Lucinha (PSDB), presidente da comissão, reclamou da autorização provisória. "Isso nos preocupa muito porque a população [do bairro] de Santa Cruz vai continuar sofrendo até que seja concedida a licença definitiva", afirmou.
Segundo Lucinha, a comissão vai consultar novamente o Inea após analisar a documentação, que inclui pesquisas feitas com moradores da região sobre a qualidade do ar.
A licença de instalação concedida indica que o empreendimento está em fase de pré-operação, durante a qual eventuais problemas devem ser identificados e corrigidos, diz o Inea.
Segundo Marilene Ramos, as emissões de fuligem prateada que assustaram os moradores da região ocorreram por problemas que estão sendo solucionados. "A emissão da fuligem ocorre quando a siderúrgica precisa despejar o ferro-gusa, subproduto da produção do aço, em um poço de emergência."
A presidente do Inea afirma que a CSA está instalando um equipamento que vai cobrir este poço e sugar a fuligem expelida quando o ferro precisa ser jogado dentro dele. "Esta é uma das principais exigências feitas para que possamos dar a licença definitiva", diz.
De acordo com ela, monitoramento feito pelo órgão mostrou que a poluição do ar na região está dentro dos padrões estabelecidos pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
(Folha.com, 21/06/2011)