O Brasil consome anualmente aproximadamente 100 milhões de lâmpadas fluorescentes. Do total, cerca de 5% é reciclada. Na Holanda, das 24 milhões de unidades descartadas, 83,3% delas passam pela reciclagem. Por ter mercúrio na composição, esse material precisa de manuseio diferenciado.
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) não coleta lâmpadas fluorescentes. Segundo o Código Municipal de Limpeza Urbana, esses produtos são classificados como especiais e não podem ser descartados em aterros sanitários. Aprovada em agosto do ano passado, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que as lojas que vendem lâmpadas fluorescentes devem receber e destiná-las.
Apesar da norma, muitas lojas desconhecem a responsabilidade. A reportagem do Correio do Povo entrou em contato com ferragens da Capital. Entre as respostas, alguns estabelecimentos informaram que só recebem as adquiridas na própria loja. Outros revelaram que não realizam a separação e colocam o material no lixo comum. Lojas que se negarem a receber lâmpadas fluorescentes podem ser denunciadas na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
O RS não tem empresas especializadas em reciclagem de lâmpadas fluorescentes. No país, são apenas dez aptas a fazer esse trabalho. Sediada em Canoas, a Recilux possui licença para o recolhimento e armazenamento das lâmpadas. Por mês, recebe cerca de 20 mil que tem como destino indústrias do Paraná e de São Paulo. Conforme o presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (ABilumi), Alexandre Cricci, a burocracia é um problema a ser enfrentado pelo setor.
Cuidados no manuseio do produto
- O consumidor precisa ter cuidados no manuseio e uso das lâmpadas fluorescentes, sobretudo se houver quebra, o que libera mercúrio no ar;
- Não usar equipamento de aspiração para a limpeza;
- Logo após o acidente, abrir todas as portas e janelas do ambiente;
- Ausentar-se do local por, no mínimo, 15 minutos. Após esse prazo, colete os cacos de vidro e coloque-os em um saco plástico;
- Use luva e avental para evitar contato da pele com o material recolhido. Com a ajuda de um papel umedecido, colete os pequenos resíduos que restarem. Coloque o papel em um saco plástico e feche-o. Insira todo o material dentro de um segundo saco plástico. Assim que possível, lacre-o evitando a contínua evaporação do mercúrio liberado.
- Após o procedimento, lave as mãos com água corrente e sabão
(Correio do Povo, 20/06/2011)