Uma ação rápida sobre poluentes como o metano, ozônio e o carbono negro seria uma das formas mais eficientes para manter o aquecimento do planeta em menos de 2ºC e ainda traria benefícios para a saúde pública, agricultura e economia.
Esta foi a conclusão do relatório “ Integrated Assessment of Black Carbon and Tropospheric Ozone: Summary for Decision Makers”, apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira (14) em Bonn, na Alemanha.
Segundo o estudo, o carbono negro, assim como o ozônio da troposfera (principal componente da poluição urbana) e o metano, além de responsáveis por problemas respiratórios, afetam também o clima do planeta, favorecendo o aquecimento global.
Uma equipe de 50 cientistas participou do estudo e verificou que esses poluentes contribuem em até 30% para o aumento das temperaturas. O grupo propôs 16 medidas para lidar com o problema, entre elas: a remoção dos veículos menos eficientes das estradas, melhorias dos fornos caseiros e industriais, o banimento das queimadas nas áreas rurais e o uso obrigatório de filtros em motores a diesel.
Para Michel Jarraud, Secretário-Geral da OMM, é preciso ampliar o foco dos debates climáticos. “A maior parte das atenções internacionais está no combate aos principais gases do efeito estufa, como o CO2, entretanto está claro que poluentes como o carbono negro e o ozônio estão agravando o problema”.
“Existem muitas razões para diminuir a presença de poluentes na atmosfera, a contribuição deles para as mudanças climáticas é agora mais uma delas”, concluiu Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil/PNUMA, 15/06/2011)