A concentração de automóveis e veículos de transporte coletivo é inimiga da saúde auditiva e já faz parte da poluição sonora nos grandes centros urbanos. Apesar disso, os especialistas alertam para um novo malefício nesse cenário: o contato individual e exagerado com elevadas quantidades de ruídos e decibéis.
Segundo alguns profissionais, o problema afeta principalmente a juventude, por meio dos celulares que possibilitam ouvir música com fones de ouvido em volume excessivo, representando um novo vilão nos consultórios de fonoaudiologia. "A exposição diária pode trazer danos irreparáveis. É cada vez mais comum recebermos jovens se queixando de zumbidos permanentes. Na maioria dos casos, eles ouvem música alto demais ou trabalham em festas sem a devida proteção", explicou a fonoaudióloga Mariane Heckman Wender.
Conforme ela, a maioria das atividades do cotidiano ultrapassa 80 decibéis (db). A conversa entre duas pessoas, por exemplo, produz 60 db. Mariane aponta que, mesmo com o incômodo gerado a partir do maior contato com sons elevados, há como tratar o caso. Ela informou, porém, que pessoas que atuam em setores sujeitos a ruídos fortes devem ser submetidas a avaliação profissional pelo menos duas vezes ao ano.
(Correio do Povo, 13/06/2011)