Não está descartado o retorno das cinzas do vulcão chileno Puyehue, que entrou em erupção no dia 4 deste mês, atingirem novamente o Rio Grande do Sul nesta segunda-feira. Conforme análise da MetSul, modelos computadorizados de dispersão indicam para a possibilidade de uma nova nuvem vulcânica chegar ao Estado neste começo de semana. Isso porque as correntes de vento vão voltar a soprar do quadrante Sul, com o avanço de uma massa de ar frio pelo território gaúcho entre hoje e amanhã. E pelos modelos das análises, fica clara a chegada das cinzas no RS.
O risco maior é para a região de Buenos Aires, na Argentina, e Montevidéu, no Uruguai, de acordo com a análise da MetSul, mas as cinzas podem chegar ao Rio Grande do Sul e a outros estados. Por medida de precaução, ontem à noite três empresas de aviação cancelaram seus voos: Aerolíneas Argentinas, Lan Chile e Austral. O fato é decorrência de novas explosões do vulcão ocorridas ontem à tarde, quando grandes quantidades de cinzas foram liberadas, que deverão atingir o território gaúcho.
Mas, antes da mudança de ventos, a nuvem de cinzas do vulcão Puyehue provocou o cancelamento de centenas de voos na Austrália e na Nova Zelândia. A empresa australiana Qantas Airways cancelou, pelo menos, 56 voos, inclusive todas as saídas de Melbourne e do terminal de Auckland, na Nova Zelândia. A empresa teve que cancelar ontem os voos domésticos e várias conexões com a Nova Zelândia, depois de os fortes ventos terem empurrado as cinzas a 9.400 quilômetros de distância do vulcão, por cima do oceano Pacífico, até o território da Nova Zelândia.
Os voos cancelados pela Qantas afetaram a ilha australiana de Tasmânia (Sul), e os voos entre a Austrália (Sydney e Melbourne) e Nova Zelândia (Christchurch, Wellington e Queenstown, prejudicando cerca de 1,5 mil passageiros. Outras empresas, como a Jetstar, Tiger e Virgin, seguiram a decisão da Qantas e também cancelaram seus voos.
A imprensa australiana descreveu a situação nos aeroportos do país como de "caos aéreo". Já a Air New Zeland manteve as operações e informou que seus aviões voariam a uma altitude mais baixa, de 5.800 metros, para se manter abaixo da nuvem de cinzas, ou ainda usariam rotas de voo diferentes para evitar a nuvem vulcânica.
(Correio do Povo, 13/06/2011)